Desde o passado dia 31 de Janeiro que estão a decorrer, um pouco por todo o País, as comemorações dos 120 anos do nascimento de Maria Isabel Picão Caldeira, uma "ilustre alentejana" nascida em Santa Eulália e fundadora das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres na cidade de Elvas, em 1939.As celebrações começaram em Elvas e o encerramento também terá lugar na cidade raiana, estando agendadas várias iniciativas para o fim-de-semana de 7 e 8 de Novembro (workshops, uma caminhada, actuações musicais, eucaristia na Sé e um magusto na Praça da República, entre outras actividades.
Saiba Mais:
Maria Isabel da Santíssima Trindade, religiosa e fundadora
da Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres
Maria Isabel Picão Caldeira nasceu a 1 de Fevereiro de 1889, no Monte do Torrão, freguesia de Santa Eulália (Alentejo), a poucos quilómetros de Elvas, tendo sido sendo baptizada um mês depois, a 3 de Março.
Seus pais, Miguel Caldeira e Dª Francisca da Silva Picão Caldeira lavradores abastados, deram-lhe uma educação esmerada, consentindo mesmo, que frequentasse a Escola de Belas-Artes em Lisboa. A 20 de Março de 1912, com 23 anos de idade, casou com o primo, João Pires Carneiro e foi viver para o Monte de São Domingos, na freguesia de São Vicente, também muito perto da cidade de Elvas. Após alguns anos de felicidade conjugal, o marido contraiu uma doença grave vindo a falecer no dia 17 de Junho de 1922 e Maria Isabel sofre o maior desgosto da sua vida.
Viuva e sem filhos, durante onze anos entregou-se às obras de apostolado na sua terra natal. Apesar desta sua doação aos outros, começou a sentir o apelo de Deus a uma Consagração Religiosa. A 8 de Setembro de 1934, entra nas Dominicanas de Clausura em Azurara onde permaneceu apenas sete meses, por falta de saúde.
O Servo de Deus D. Manuel Mendes da Conceição Santos, Arcebispo de Évora, sabendo do seu regresso, convida-a a tomar conta da Casa de Retiros, em Elvas, a 20 de Março de 1936, iniciando aí uma vasta acção apostólica de serviço aos Pobres, gastando para isso os seus bens patrimoniais.
Sob a protecção de Maria Imaculada e inspirada em Santa Beatriz da Silva, com muitos sacrifícios e contrariedades, funda a Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres. A Obra estendeu-se por várias Dioceses de Portugal. Após um arduo caminho, a 5 de Julho de 1955,o Papa Pio XII, concede-lhe a aprovação.
Faleceu a 3 de Julho de 1962, em Elvas, depois de uma vida toda voltada para os outros, sobretudo os mais Pobres. Foi sepultada em Santa Eulália em jazigo de família. Os seus restos mortais foram transladados para a Casa-Mãe da Congregação, em Elvas, no dia 20 de Dezembro de 1980, onde se encontram actualmente.
Sendo rica, fez-se pobre para privilegiar os Pobres. Eram a sua grande paixão, a razão de ser da sua Obra. Com um coração grande, que parecia querer abarcar tudo e todos, arriscou os bens e a vida. Sofreu a doença, as contrariedades, a solidão, a calúnia e a incompreensão. No meio de tantas provações, manteve-se fiel àquilo que julgava ser a Vontade de Deus.
Está introduzida a Causa de Canonização.
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