O I Festival de Música Sacra de Arronches prosseguiu ontem, dia 21 de Abril, com a actuação da soprano Filomena Silva, acompanhada ao piano pelo Professor José Filomeno Raimundo, num concerto de câmara em que os músicos, apostando num repertório alargado e até arriscado (ainda que pensado para agradar ao auditório), confirmaram um trabalho de ensaio primoroso, já sem falar nas aptidões que a ambos são inatas. Filomena Silva, um pouco mais discreta nas primeiras peças (ainda que o Mariam, matrem virginem do cancioneiro de Montserrat não permitisse a exploração de grandes oscilações dinâmicas), manifestou um excelente controlo das frases musicais, quer nos ataques quer nos finais de frase, sabendo igualmente jogar com os silêncios e os contrastes cromáticos de certa intensidade, obtendo uma claridade inequívoca na sua interpretação, de resto extremamente convincente, permitindo grande elegância nas peças do período romântico e conseguindo atribuir ao Stabat Mater o registo trágico e solene que lhe é devido.
Detentora de uma capacidade vocálica extraordinária, a soprano foi decisiva para criar uma atmosfera emocional muito intensa, para a qual o virtuosismo do organista José Raimundo concorreu decisivamente, sabendo dosear a fraseologia instrumental e alcançando efeitos de leveza e de elegância a que é raro assistir e que, combinados, resultaram num concerto de elevada concepção estética. O Festival de Música Sacra de Arronches prosseguiu assim com um momento reconciliador e empolgante.
Detentora de uma capacidade vocálica extraordinária, a soprano foi decisiva para criar uma atmosfera emocional muito intensa, para a qual o virtuosismo do organista José Raimundo concorreu decisivamente, sabendo dosear a fraseologia instrumental e alcançando efeitos de leveza e de elegância a que é raro assistir e que, combinados, resultaram num concerto de elevada concepção estética. O Festival de Música Sacra de Arronches prosseguiu assim com um momento reconciliador e empolgante.
Obrigado a quem nos permite o acesso a este nível cultural(Paróquia/Câmara e não só).
ResponderEliminarÉ uma pena que a assistência não acompanhe em quantidade espectáculos desta categoria, mas, lá iremos, espero. Talvez, seja necessária uma promoção mais acutilante.