No dia da mulher a nossa homenagem à mulher alentejana com um passado sofrido de pobreza e dura luta nos campos do sul, aqui simbolizado nesta foto com Marcelo Caetano, a lembrar tempos passados sem Troikas como cenário.
Com Caetano as camponesas do sul sonharam com um futuro melhor, que acabaria por não as trair e houve de facto melhores condições de vida nos campos do sul e alguma "liberalização".
O erro da altura foi pensar que nos regimes ditatoriais "liberalização" queria dizer democratização. Sem Guerra Colonial, talvez a esperança de uma democratização elitista se concretizasse. Mas os valores e as ideias moldam mais os homens do que o pragmatismo da democracia.
Caetano, no fundo, também não imaginava Portugal sem império e sabia que em democracia ele desapareceria em meses como de facto veio a acontecer, com o 25 de Abril, um virar de página sofrido sem pena nem glória, com a esperança de tempos melhores que como a lenda de D. Sebastião ainda estão para vir numa manhã de nevoeiro… para os portugueses e novas nações do velho império lusitano.
Á Mulher Alentejana
Mulher Alentejana é madrigal
É aragem fresca, água que corre
É sentimento que nunca morre
Mulher Alentejana é farol
A sua luz faz inveja ao sol
É força agreste, terra barrenta
Fruta silvestre, amora preta
Veste-se de negro simples discreta
Esconde o choro num riso franco
Olha o campo é filho seu
Morreu na guerra, luto lhe deu
Raiva bravia, fundo barranco
Que lhe engoliu os sentires
Rugas na pele gasta p'lo sol
Já foi menina de frescas carnes
Foi rainha de alguns amores
Hoje velhinha pensa na prol
Olha pró sol, aqui estou eu
Vivi a vida que Deus me deu
Posso morrer vou descansada
Perdi os passos naquela estrada
Ganhei o chão onde vou morar
Com o meu filho vou descansar
Olha pró sol, último adeus
À terra virgem, barro gasto
Já não há trigo, já não há pasto
Ai Alentejo dos olhos meus
Antónia Ruivo
Com Caetano as camponesas do sul sonharam com um futuro melhor, que acabaria por não as trair e houve de facto melhores condições de vida nos campos do sul e alguma "liberalização".
O erro da altura foi pensar que nos regimes ditatoriais "liberalização" queria dizer democratização. Sem Guerra Colonial, talvez a esperança de uma democratização elitista se concretizasse. Mas os valores e as ideias moldam mais os homens do que o pragmatismo da democracia.
Caetano, no fundo, também não imaginava Portugal sem império e sabia que em democracia ele desapareceria em meses como de facto veio a acontecer, com o 25 de Abril, um virar de página sofrido sem pena nem glória, com a esperança de tempos melhores que como a lenda de D. Sebastião ainda estão para vir numa manhã de nevoeiro… para os portugueses e novas nações do velho império lusitano.
Á Mulher Alentejana
Mulher Alentejana é madrigal
É aragem fresca, água que corre
É sentimento que nunca morre
Mulher Alentejana é farol
A sua luz faz inveja ao sol
É força agreste, terra barrenta
Fruta silvestre, amora preta
Veste-se de negro simples discreta
Esconde o choro num riso franco
Olha o campo é filho seu
Morreu na guerra, luto lhe deu
Raiva bravia, fundo barranco
Que lhe engoliu os sentires
Rugas na pele gasta p'lo sol
Já foi menina de frescas carnes
Foi rainha de alguns amores
Hoje velhinha pensa na prol
Olha pró sol, aqui estou eu
Vivi a vida que Deus me deu
Posso morrer vou descansada
Perdi os passos naquela estrada
Ganhei o chão onde vou morar
Com o meu filho vou descansar
Olha pró sol, último adeus
À terra virgem, barro gasto
Já não há trigo, já não há pasto
Ai Alentejo dos olhos meus
Antónia Ruivo
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