Os Trabalhos do segundo dia do Congresso do Turismo que este fim de semana decorreu em Portalegre, iniciaram-se pelas 10h00, com o mote no Branding Cultural e Operacionalização – Como se constrói uma marca nacional, uma marca regional, uma marca concelhia.
O painel introduziu experiências além fronteiras. A abrir os trabalhos esteve Nayef Al-Fayez, desde 2007 a ocupar o lugar de Director do Turismo Jordano no Exterior, uma instituição público-privada que opera em diferentes países a partir daquele estado do Médio Oriente.
De acordo Nayef, a Jordânia «partilha com Portugal o facto de ser um pequeno país, pouco mais de 83 mil km2, seis milhões de habitantes, com diversidade cultural e paisagem».
Seguiu-se a galesa Annette Pritchard, Directora - Destination Branding, Welsh Centre for Tourism Research, deteve-se na dimensão construção da marca. Partiu da questão: «Em que mundo vivemos?» Um mundo em mudança de acordo com a especialista. «Este não é um bom momento para construir uma marca associada a um destino». Annette recordou que há 265 países, mais de três mil cidades com potencial turístico. A maioria dos lugares tem boas infra-estruturas, acessos e competem entre si». Há, então, que criar estratégias, uma marca, acrescentar valor: «arte, ambiente, as pessoas (os embaixadores dos lugares). Este último aspecto tem sido mal trabalhado», recordou Annette.
Para Catarina Valença Gonçalves Investigadora da Universidade Nova de Lisboa, criou o projecto «Rota do Fresco».
A oradora trouxe ao congresso, «um tópico politicamente incorrecto. A gestão privada dos recursos patrimoniais em Portugal», sublinhou. «Em 1999 criamos a `Rota do Fresco`. O Alentejo é o lugar mais rico do país neste aspecto. Percebemos que dos 12 monumentos e sítios tutelados pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA), três estavam temporariamente encerrados, três fechavam ao sábado, domingo, feriados. Todos fechavam à hora do almoço». Isto quando a evolução do Touring a nível internacional é crescente. Quem consome fá-lo com o interesse de visitar locais.
A equipa ligada à «Rota do Fresco» quis Inverter esta situação. «A realidade podia ser diferente: um acesso físico, enquadrado ao património, aberto todos os dias, disponível, em diferentes línguas». O projecto, de animação turística, cresceu e em 2010 foi declarado de interesse para o turismo. Criou atractividade turística, fazendo a ligação com eventos locais. Vocacionou-se para públicos urbanos que procuram a experiência. «Criámos um conjunto de ateliers ligados às tradições alentejanas. Apostámos numa comunicação sólida: catálogos sazonais, suportes digitais, comunicação social».
Miguel Silvestre, Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Óbidos e responsável pela implementação da estratégia «Óbidos criativa» e da comissão de candidatura de Óbidos a Património da Humanidade, encerrou o painel IV, referindo «o que fazemos tem que, no futuro, gerar valor». O técnico sublinhou ainda o factor atractividade da vila da Região Oeste através de eventos.
Pelas 11h40, Rui Jesuíno, técnico superior da Câmara de Elvas, em substituição da vereadora Elsa Grilo, apresentou “Elvas a Património Mundial”.
Na parte da tarde o painel V deste Congresso contou com a experiencia de Dinis Piris, Director do hotel Convento do Espinheiro, António Carmona e Costa, Director Geral – Be Portuguese forone Day, António Pinto da Silva, Contrracting Product Manager – Agência Abreu e por último Heitor Ribeiro, Director de Grupos Temáticos – Cistertour, que analisaram o tema: Comercialização Turístico-Cultural. Como se vende o património: formatos de produtos possíveis, players envolvidos, dificuldades do produto / da região em matéria de Touring Cultural. A Conferencia de enceramento, versou o tema Todo o património: National Trust, a cargo de Richard Wheeler, National Trust’s Garden Historian – National Trust, Reino Unido.
As conclusões e Encerramento do Congresso Internacional "Alentejo: Património do Tempo", tiveram lugar pelas 18h30, com a intervenção do arquitecto João Pires, em substituição de Eliseu Summavielle, Secretário de Estado da Cultura.
António Ceia da Silva, Presidente – Turismo do Alentejo, E.R.T., na sua intervenção começou por agradecer a participação de todos os envolvidos neste Congresso que durante dois dias permitiu a partilha de experiencias muito interessantes na área do produto touring cultural e paisagístico.
Ceia da Silva, lamentou ainda a escassa participação de autarcas alentejanos neste evento, assim como por parte dos responsáveis da Direcção Regional da Cultura.
A necessidade de abrir aos visitantes os espaços de turismo histórico e cultural nos feriados e em horários compatíveis com a procura é uma das principais conclusões do Congresso Internacional "Alentejo: Património do Tempo", assim como possibilidade de criar uma associação que congregue as instituições e entidades proprietárias de locais relacionados com o turismo histórico e cultural. Caso esta associação avance, a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, compromete-se desde já a coordenar a estrutura.
O Congresso encerrou com chave do ouro com a actuação do Coral etnográfico “Ceifeiros de Cuba”.
A terceira edição do Congresso de Turismo do Alentejo está marcada para 2012, em Tróia.
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