terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Arronches – Pintura e limpeza de beirais no edifício da fortaleza

O município de Arronches procedeu nos últimos dias à limpeza e remoção de ninhos de andorinha dos beirais do edifício da fortaleza
Esta colónia de andorinha dos beirais constituída por centenas de aves que aqui nidificava vinha ocasionando reclamações de alguns residentes e visitantes a pretexto da sujidade ocasionada pela grande concentração de aves na época de reprodução.
Na intervenção agora efectuada no edifício foi ainda pintado o beirado do antigo edifício da cadeia e instalado um dispositivo que evita a reocupação do espaço por parte destas aves.

Este tipo de acções nunca é pacifico dada a diferente sensibilidade, consciência ambiental ou ainda interesses pessoais de cada um, embora tolerado desde que cumpridos os pressupostos legais estabelecidos para o efeito, e praticado fora da época de nidificação para evitar a morte de crias, nunca reúne consensos, se para alguns dos residentes que diariamente conviviam com as andorinhas foi um bom trabalho, outros questionavam a acção dado serem tolerados os excrementos dos cães em diferentes artérias da vila mas não os das andorinhas.

Saiba mais - andorinha-dos-beirais:

A andorinha-dos-beirais é uma espécie colonial, o que significa que os seus ninhos raramente aparecem isolados, surgindo antes em grupos, que recebem o nome de colónias. A dimensão das colónias é muito variável, podendo ir de poucas dezenas a muitas centenas de ninhos. A densidade de ninhos numa dada colónia é, também ela, variável, em função das características do local e da disponibilidade de espaço. A situação mais típica é aquela em que os ninhos se encontram lado a lado, formando uma fiada contínua. Contudo, há casos de colónias pouco coesas, em que cada prédio apenas tem dois ou três ninhos (com um ninho por baixo de cada varanda), havendo outras que são tão densas, que os ninhos formam várias fiadas horizontais paralelas e compactas, dispondo-se verticalmente em vários “andares” (conhecem-se casos de sete andares sobrepostos).

Andorinhas mal-amadas

A andorinha-dos-beirais alimenta-se de insectos, que captura quase exclusivamente em voo. Da sua dieta fazem parte principalmente os afídeos (vulgarmente conhecidos por pulgões), que constituem uma praga para a agricultura, e também as pequenas moscas, tantas vezes incómodas para as pessoas. Assim, a andorinha-dos-beirais, ao eliminar insectos nocivos ou incómodos, contribui positivamente para o bem-estar do ser humano.

Apesar disso, as andorinhas nem sempre são bem acolhidas, especialmente porque a existência de colónias de aves desta espécie é, muitas vezes, sinónimo da presença de dejectos que caem dos ninhos. Por causa disto, são frequentes os casos de destruição intencional das colónias de andorinhas, cuja proximidade é indesejada. Muitas vezes as aves “despejadas” voltam a construir os ninhos no ano seguinte, no mesmo local, por isso nalguns casos as operações de limpeza dos ninhos são acompanhadas da colocação de redes nas paredes, a fim de evitar a recolonização do local em causa. Sendo a andorinha-dos-beirais uma espécie protegida por lei, estes actos de destruição de ninhos são ilegais e podem dar origem a processos na justiça. Um dos casos mais mediatizados aconteceu em 1999, no Alto Alentejo: os cerca de 400 ninhos da grande colónia de andorinhas-dos-beirais, situada no palácio da justiça de Nisa, foram mandados destruir pelo próprio tribunal, com uma autorização especial do Instituto da Conservação da Natureza. Esta destruição motivou a apresentação de uma providência cautelar pela associação ambientalista FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens) e desencadeou um processo que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) acabou por decidir a favor das andorinhas-dos-beirais, tendo ordenado ao tribunal de Nisa a retirada das redes de protecção que aquele havia mandado instalar para evitar a reocupação do espaço por parte das andorinhas. O acórdão do STJ alerta para o facto de que o Estado português não se pode alhear da responsabilidade que lhe cabe na «defesa da vida selvagem».

Ficha técnica:



Nome vulgar: Andorinha-dos-beirais
Nome científico: Delichon urbicum
Dimensão: 14-15 cm.
Descrição: preta e branca. O preto abrange as partes superiores, as asas e a cauda, ao passo que o branco se estende desde a garganta até ao ventre e também abrange o uropígio.
Espécies semelhantes: a andorinha-das-chaminés também tem as asas e o dorso pretos e a cauda comprida, mas falta-lhe o tom dourado no uropígio; a andorinha-dáurica tem o uropígio e as partes inferiores de tom dourado e não branco, sendo a cauda mais longa.
Habitat: para nidificar, utiliza sobretudo construções humanas, como casas, igrejas, tribunais e escolas, mas também pontes, barragens e depósitos de água; para se alimentar, pode ocorrer em qualquer habitat, enquanto procura os insectos de que se alimenta.


Distribuição: distribui-se por todo o território continental; de acordo com o Novo Atlas das aves de Portugal, a espécie é mais frequente na Estremadura, nas bacias do Tejo e do Douro e no litoral do Algarve. Não nidifica nas regiões autónomas (embora ocasionalmente aí apareça durante as migrações).


Estatuto migratório: estival, pode ser observada principalmente desde meados de Fevereiro até Setembro ou Outubro, havendo observações ocasionais durante a estação fria.
Ficha técnica: Gonçalo Elias















1 comentário:

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