No Forte da Graça nem as telhas escapam aos ladrões
A maior fortificação abaluartada do mundo, em Elvas,
classificada em junho de 2012, como Património Mundial, pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), continua a saque com
especial incidência no Forte da Graça, local onde vândalos e ladrões vem
arrancando portas, gradeamentos, blocos de granito e por último até as telhas
da cobertura dos telhados, ainda recuperados poucos anos antes, como se pode
observar nas fotografias registadas hoje por António Gois.
O forte da Graça, situado no cimo de um morro a Norte de
Elvas, que durante muito tempo foi usado como presídio militar, dele fugiram o
Capitão Almeida Santos e outros implicados na revolta da Sé, é este primor da arquitectura militar do século
XVIII, que hoje continua a saque sem que seja encontrada uma solução que salve
o que ainda resta do Forte.
As fortificações de Elvas foram classificadas, na categoria
de bens culturais, na 36.ª sessão do Comité do Património Mundial, que esteve reunido até 6 de Julho, em São Petersburgo, na Rússia.
O conjunto de fortificações de Elvas, cuja fundação remonta
ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações
abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma
área de 300 hectares.
As fortificações de Elvas constituíam o único monumento
português entre os 33 candidatos que fazem parte da lista de Património
Mundial, elaborada pela Unesco, tendo sido classificadas todas as fortificações
da cidade, os dois fortes, o de Santa Luzia, do século XVII, e o da Graça, do
século XVIII, três fortins do século XIX, as três muralhas medievais e a
muralha do século XVII, além do Aqueduto da Amoreira.
Classificado como Património Nacional em 1910, o Forte da
Graça, monumento militar do século XVIII situado a dois quilómetros a norte da
cidade de Elvas, constitui um dos símbolos máximos das fortalezas abaluartadas
em zonas fronteiriças.
Fotos: António Gois e Emílio Moitas
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