sábado, 1 de maio de 2010

"O Distrito de Portalegre" crónica de uma morte anunciada…

O centenário jornal o Distrito de Portalegre que no passado sobreviveu a revoluções e ditaduras acabou agora por sucumbir a pretexto que “O tecido empresarial da região de Portalegre não consegue sustentar os três jornais que existem na cidade capital de distrito”.

Lamentamos o término deste projecto, embora com se diz aqui pela raia de Arronches “Se venia venir”, pouca informação regional e muitos enlatados semanalmente ocupavam as páginas do jornal.

Detentor de um passado com história e um vasto leque de colaboradores e correspondentes fizeram do jornal um projecto de sucesso onde nunca faltava a informação da pequena aldeia ou da capital de distrito.

Segundo o director do jornal "O Distrito de Portalegre", Nuno Folgado, revelou terça-feira à agência Lusa que o último número daquele semanário vai para as bancas quinta-feira, após 126 anos de existência.

“Este projecto vai acabar esta quinta feira dia 29 de Abril de 2010. Não conseguimos alcançar a viabilidade económica que desejávamos”, declarou.

“Apesar do esforço efectuado na reestruturação do jornal em Janeiro de 2009, o passivo é de décadas e a escassez de publicidade levou a administração a tomar esta decisão”, explicou.

O jornal, que cumpriu recentemente 126 anos de existência, pertence à empresa Tipografia Nuno Alvares, propriedade da Diocese de Portalegre e Castelo Branco e do Seminário Diocesano de Portalegre e Castelo Branco.

“O jornal nasceu 'republicano' e foi posteriormente adquirido [há 90 anos] por um cónego que, por sua vez, ofereceu o título à diocese”, recordou.

Apesar de sair para as bancas com um preço de capa de 60 cêntimos, da administração ter alargado nos últimos meses os pontos de venda do jornal e manter vários assinantes, a escassez de verbas sentenciou o fim deste projecto.

“O tecido empresarial da região de Portalegre não consegue sustentar os três jornais que existem na cidade capital de distrito”, sustentou.

Embora o projecto conheça agora o seu fim, Nuno Folgado esclareceu que o título contínua nas mãos da diocese que, segundo o pároco, está aberta a negociar a sua venda.

“Se houver um grupo com capacidade e com vontade de desenvolver um projecto para este ou outro jornal, a diocese está aberta a vender esse mesmo título. O jornal encerra, mas a diocese mantém o título”, acrescentou.

O padre Nuno Folgado assegurou ainda que os dois funcionários do quadro de pessoal daquele jornal poderão ser integrados noutros serviços da diocese de Portalegre e Castelo Branco.

“Segundo me informou a administração, existe a esperança de integrar os funcionários noutros espaços da diocese”, concluiu.

Fontes: Lusa/Rádio Portalegre

2 comentários:

  1. È com tristeza que vejo desaparecer um título que sempre pugnou por uma informação isenta e séria.Embora de cariz religioso, a sua intervençao ia muito mais alem do que a proclamação do evangelho.Dedicou um carinho muito especial aos poetas do distrito, alguns com tribuna semanal fixa.Eu próprio fui convidado para uma apresentação na biblioteca Municipal de Portalegre, onde durante anos , muitos outros poetas debutaram e encantaram a assistência com a sua poesia. Ao padre Folgado, meu conterrâneo, o meu lamento pelo fim do jornal e ao mesmo tempo um incentivo para que nâo deixe morrer as suas nobres causas. J.B

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  2. Informação isenta e séria, n'O Distrito de Portalegre? para mau exemplo não conseguiria melhor. E vem de muito antes do pe Folgado que convidou os comunistas -mas os mais tontos e mais ressabiados - para opinion makers. E se dada espaço á poesia popular, e é verdade, não é porque a apreciasse mas sim porque não dava trabalho para encher as páginas.
    Infelizmente todos conhecemos quem cavou a sepultura a O Distrito de Portalegre. E ainda a última campanha eleitoral o mostrou.
    E já agora, no último nº continuou ao seu nível: não vai aos locais mas faz as reportagens para enganar os leitores como se lá tivesse ido e espeta com uma foto de cravos a ilustrar o 25 de Abril em Portalegre.
    Fica bem e é bonito mas não passa de uma trapaça.
    NM

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