A partir do dia 26 de Abril de
2012, o sinal analógico de TV teve o seu fim e com essa medida muitos
portugueses, em particular no distrito de Portalegre, um pouco à semelhança do
restante interior do país deixaram de poder ver TV. Por isso, são obrigados a
formalizar um contrato com operadoras TV; é a negação da televisão para todos!
Este é o sinal de um país cada vez mais desigual e injusto que promove a
chantagem para beneficiar a PT e outras operadoras.
Um estudo da DECO revelou que
meses antes do apagão as Lojas Telecom não sabiam informar os cidadãos.
Trata-se de uma manobra indecente e vergonhosa para satisfazer a gula das
operadoras que já se movimentavam no mercado de forma terrorista, a avaliar
pelos recordes de queixas à DECO. Aqui, há uma grande beneficiada que controla
e ainda limita; a PT só vende descodificadores a quem seja cliente PT; são
exigidos vários documentos e os clientes têm de esperar pelo aparelho após ter
de se sujeitar a longas filas. Perante o mau serviço da TDT, a PT influencia os
clientes para o serviço MEO.
Um pouco por todo o distrito a
TDT funciona mal, mas é Junto à fronteira que as populações ficaram pior do que
já estavam com o sistema analógico (ex: Marvão, S. Julião, Esperança, Arronches, Caia, Porto da Espada, etc.). Mesmo povoações como Nisa e Foros do
Arrão têm grandes dificuldades na receção, em especial a partir do anoitecer. A
piorar o péssimo serviço, temos casos em que as pessoas já tinham o sistema
solucionado e tiveram de mudar devido a alterações, outras dificuldades e sinal
fraco. Muitos locais de serviço público e social, equipados com TV encontram-se
privados de sinal e como exemplo temos um lar em Castelo de Vide que ouviu como
resposta, ter de instalar 40 parabólicas para resolver o problema criado com a extinção
do sistema analógico. Esta é uma prova do absurdo tecnológico desta situação
criada num cenário de crise.
É um dado adquirido que o
arranque da TDT em Portugal é um escândalo dada a qualidade vergonhosa e a
inevitabilidade de muitos portugueses ficarem sem canais livres a não ser por
satélite, com todos os custos e inconvenientes inerentes. Podemos dizer que
estamos perante um ato anticonstitucional com a conivência do governo, da
entidade reguladora e com o proveito da PT que se assume no papel de
monopolista. Nem todos os canais públicos pagos pelos contribuintes foram
incluídos na TDT, ao contrário do que aconteceu com outros países. O governo
podia ter incluído mais canais mas não o fez; por exemplo a Alemanha tem 20
canais gratuitos; França tem 29 canais gratuitos; Espanha tem 20 canais
gratuitos; Itália tem 27 canais gratuitos e Reino Unido tem 38 canais
gratuitos. Há que exigir responsabilidades sobre isto ao governo que não pode
ficar a fingir que não sabe de nada e aqui não se pode desculpar com a crise
como faz para tudo o que acontece. A única garantia que temos para ver
televisão é pagar, isto para os canais públicos é um crime que deve ser punido.
Os portugueses têm de acordar! Têm de reclamar, estão a ser roubados, enganados
e gozados. No interior são 50 milhões de euros que as populações têm de pagar
para ver a mesma televisão com menos garantia.
Este abuso, fruto de uma ditadura
no sector é inadmissível e está a deixar muitos sem acesso a este meio porque a
solução é forçar as pessoas a contratar os sistemas pagos para ter direito à
informação, à cultura e ao lazer. Podemos afirmar que estamos perante uma taxa
disfarçada para ver televisão.
A Comissão Coordenadora Distrital
Portalegre, 09 de Maio de 2012
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