quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Alentejo - A GNR detém indivíduos por roubos de bolota e azeitona


A Guarda Nacional Republicana deteve cinco indivíduos em flagrante delito, na manhã do passado dia 25 de Novembro, quando furtavam bolotas numa herdade.
Ao que conseguimos apurar, os cinco homens ficaram notificados a comparecer em tribunal.

Avis - Seis pessoas detidas por furto de azeitona

Quatro mulheres e dois homens foram detidos pela GNR, no sábado, por furto de azeitona, num olival próximo de Benavila, no concelho de Avis.

As detenções foram feitas no âmbito da Operação “Colheita de Azeitona 2012” que a GNR está a promover em todo o país.

O produto do furto, cerca de 500 quilos de azeitona, foi devolvido ao proprietário do olival.

No distrito de Portalegre a GNR vai empregar na "Operação Oliva" todas as suas valências e meios operacionais, destacando-se a utilização de motos TT e patrulhas de cavalaria, bem como militares afetos às estruturas de investigação criminal e proteção da natureza.

 Para reflectir:

Sem necessidade de recuarmos muito no tempo estas coisas passavam-se nos anos 1940/50.
Havia fome num Alentejo onde umas raízes ou paus de azinho roubados aqueciam a miséria nas frias noites de Inverno, ou um punhado de bolotas ou rabisco de umas azeitonas apanhadas à socapa no campo iludiam a fome a muita gente.

No Alentejo o recurso à apanha de frutos silvestres, lenhas e matos foi bastante frequente, mais que um hábito o recurso à apanha destes géneros nas terras de um único grande proprietário, era a única solução para sobreviver, praticando um delito de forma a dar resposta à falta de apoio social existente na época.

Foram tempos difíceis, onde personagens apelidadas de "malteses, vadios, ou pedintes" faziam parte do quotidiano. Tempos em que tudo aquilo que a caridade não conseguia resolver, fazia-o a repressão de guardas de herdades, polícias municipais e guarda republicana ao serviço dos próprios agrários.

“Ir buscar onde o houver”, foi a solução imposta pela necessidade, solução esta que acabaria por ser admitida como palavra de ordem por forças politicas que na clandestinidade lutavam contra as injustiças da ditadura e brutalmente reprimida pelo crime de roubar umas bolotas para matar a fome... 

Fonte: Rádio Portalegre,
           Rádio Campanário
           As Lutas Sociais dos Trabalhadores Alentejanos: do banditismo à greve, José Pacheco Pereira 

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