
A razão evocada pela CP em comunicado prende-se com “necessidade de redução de custos e aos significativos prejuízos decorrentes dos serviços em causa, não estão reunidas as condições para continuar a assegurar a exploração ferroviária na Linha do Leste.
Ainda segundo a CP, “a Linha de Leste tem elevados custos operacionais e uma reduzida procura de passageiros por comboio”, não referindo que a baixa procura de passageiros deste serviço tinha origem na má conservação desta via (votada ao abandono) com comboios a circularem a passo de caracol e horários desadequados.
Sacudindo a água do capote a transportadora adianta que como “deixa de existir a infra-estrutura para a prestação do serviço de transporte ferroviário, não deve ser o operador deste transporte a assegurar as alternativas de mobilidade das populações”.
Recentemente em declarações à Rádio Portalegre, o porta-voz do Grupo de Amigos da Ferrovia do Norte Alentejano, Paulo Fonseca, admitiu que esta decisão é a “machadada final” no serviço ferroviário no distrito de Portalegre, acusando ainda o Governo de fazer “orelhas surdas” aos anseios e necessidades das populações do distrito de Portalegre.
Um pouco de história - Linha do Lesta
De referir que a assinatura do contrato para a construção e exploração da Linha do Leste entre o Governo português e D. José de Salamanca aconteceu em 1859.
A conclusão da Linha do Leste só terminou em 1863, com o comboio a passar a fronteira e a ligar Lisboa a Badajoz.
A conclusão da Linha do Leste só terminou em 1863, com o comboio a passar a fronteira e a ligar Lisboa a Badajoz.
Foram 148 anos de história com gente dentro dos comboios ao serviço das populações ligando os meios rurais à capital de um império hoje à deriva e sonhando com melhores dias.