Nem todos os caminhos levam a Roma, mas os passam por
Arronches levam-nos a Mérida, a antiga cidade romana Emerita Augusta.
Reza a História que, em 25 a.C, o imperador Octavio Augusto
deu ordem a Publio Carisio para juntar na zona da Extremadura espanhola, junto
ao rio Guadiana, os soldados eméritos das legiões veteranas que lutavam nas
guerras Cantábricas. Nasceu, para o império romano e para a eternidade, Emerita
Augusta.
Emérita Augusta cresceu. Converteu-se num importante núcleo
jurídico, económico, militar e cultural. Gozou de tal importância que em pouco
tempo já era a capital da província romana da Lusitânia e um dos dois centros
administrativos romanos mais importantes do ocidente peninsular.
Hoje, a cidade, encravada na desertificada e tórrida
província da Estremadura, vive essencialmente do passado. E vive bem. Aliás,
pode orgulhar-se de ter um dos mais bem preservados e mais completos conjuntos
romanos do mundo (declarado Património da Humanidade pela UNESCO em dezembro de
1993).
Foi nesta bela e dinâmica cidade extremeña, “Emerita Augusta”, que fomos visitar Exposição
Internacional de Arqueologia, “ Lusitânia Romana – A origem de dois povos”,
patente no Museu Nacional de Arte Romana.
Entre as peças expostas e provenientes de estações arqueológicas situadas
em território português, com destaque para o Alentejo, fomos encontrar a laje
de grauvaque, epigrafada com a inscrição em língua lusitana encontrada junto da vila de
Arronches.
Para esta exposição “foram reunidas peças de 18
instituições, 13 de Portugal e cinco de Espanha. O Alentejo está inclusive
muito bem representado com peças dos atuais concelhos de Elvas, Arronches,
Alter do Chão, Monforte…”, com destaque a raríssima inscrição em língua
Lusitana encontrada nos arredores de Arronches. Trata-se de um dos três ou
quatro documentos escritos em língua lusitana encontrados até ao momento.
No total, estão patentes no Museu e à disposição dos
visitantes 206 peças de grande valor Histórico-arqueológico, das quais 15 estão
classificadas pelo estado português como “tesouros nacionais”, 129 de Museus de
Espanha e 77 de Museus de Portugal.
Este conjunto agora exposto em Mérida será apresentado
posteriormente e pela primeira vez nas cidades de Madrid e Lisboa.
Fotos: E. Moitas e Ainhoa (Europa Press)
Bom trabalho Moitas, é reconfortante ver que em Arronches ainda existe gente para quem a cultura é algo a valorizar, e diga-se que não tem que passar apenas pela exclusividade de futebois, toradas e as inevitáveis almoçaradas, continue assim, certamente para inveja de alguns pseudo doutores que tudo devem saber fazer, mas nada fazem. O seu contributo é importante para o enriquecimento de muitos que como eu um dia por motivos económicos tiveram que deixar Arronches, não sabia da existência desse valioso achado arqueológico. Parabéns, é com orgulho que vejo o nome de Arronches representado numa importante exposição internacional.
ResponderEliminarUm bem haja.
A. Morais