terça-feira, 15 de setembro de 2015

Exposição “Lusitânia Romana: Origem de Dois Povos” mostra importante achado arqueológico encontrado em Arronches

Nem todos os caminhos levam a Roma, mas os passam por Arronches levam-nos a Mérida, a antiga cidade romana Emerita Augusta.

Reza a História que, em 25 a.C, o imperador Octavio Augusto deu ordem a Publio Carisio para juntar na zona da Extremadura espanhola, junto ao rio Guadiana, os soldados eméritos das legiões veteranas que lutavam nas guerras Cantábricas. Nasceu, para o império romano e para a eternidade, Emerita Augusta.

Emérita Augusta cresceu. Converteu-se num importante núcleo jurídico, económico, militar e cultural. Gozou de tal importância que em pouco tempo já era a capital da província romana da Lusitânia e um dos dois centros administrativos romanos mais importantes do ocidente peninsular.

Hoje, a cidade, encravada na desertificada e tórrida província da Estremadura, vive essencialmente do passado. E vive bem. Aliás, pode orgulhar-se de ter um dos mais bem preservados e mais completos conjuntos romanos do mundo (declarado Património da Humanidade pela UNESCO em dezembro de 1993).

Foi nesta bela e dinâmica cidade extremeña,  “Emerita Augusta”, que fomos visitar Exposição Internacional de Arqueologia, “ Lusitânia Romana – A origem de dois povos”, patente no Museu Nacional de Arte Romana.

Entre as peças expostas e provenientes de estações arqueológicas situadas em território português, com destaque para o Alentejo, fomos encontrar a laje de grauvaque, epigrafada com a inscrição em língua lusitana encontrada junto da vila de Arronches.

Para esta exposição “foram reunidas peças de 18 instituições, 13 de Portugal e cinco de Espanha. O Alentejo está inclusive muito bem representado com peças dos atuais concelhos de Elvas, Arronches, Alter do Chão, Monforte…”, com destaque a raríssima inscrição em língua Lusitana encontrada nos arredores de Arronches. Trata-se de um dos três ou quatro documentos escritos em língua lusitana encontrados até ao momento.

No total, estão patentes no Museu e à disposição dos visitantes 206 peças de grande valor Histórico-arqueológico, das quais 15 estão classificadas pelo estado português como “tesouros nacionais”, 129 de Museus de Espanha e 77 de Museus de Portugal.

Este conjunto agora exposto em Mérida será apresentado posteriormente e pela primeira vez nas cidades de Madrid e Lisboa.
Fotos: E. Moitas e Ainhoa (Europa Press)









1 comentário:

  1. Bom trabalho Moitas, é reconfortante ver que em Arronches ainda existe gente para quem a cultura é algo a valorizar, e diga-se que não tem que passar apenas pela exclusividade de futebois, toradas e as inevitáveis almoçaradas, continue assim, certamente para inveja de alguns pseudo doutores que tudo devem saber fazer, mas nada fazem. O seu contributo é importante para o enriquecimento de muitos que como eu um dia por motivos económicos tiveram que deixar Arronches, não sabia da existência desse valioso achado arqueológico. Parabéns, é com orgulho que vejo o nome de Arronches representado numa importante exposição internacional.
    Um bem haja.
    A. Morais

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