Que os pombos domésticos que nidificam às dezenas nas torres
da vila de Arronches são disputados por caçadores e aves da rapina, não
constitui motivo de admiração, os primeiros por diversão a pretexto de supostos
prejuízos nas culturas agrícolas vão dando uns tiros e comendo alguns pombos,
os segundos (aves de rapina), por necessidade dada a escassez de peças de caça no
campo, encontraram aqui um importante reservatório de alimento fácil.
Sendo frequente observar quer de dia ou mesmo durante a
noite (bufo-real Bubo bubo), aves de rapina a tentar caçar algum pombo junto
das torres, o insólito desta situação reside apenas no fato de uma destas tardes
de fim de verão, uma Águia-calçada Hieraaetus pennatus, numa tentativa falhada de caça acabar por
colidir com a torre e cair ferida numa rua adjacente à Praça da República.
Recolhida pela GNR, a ave foi encaminhada para o Centro de
Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco, local onde está a
recuperar com sucesso da colisão com a torre, para logo que esteja totalmente
recuperada ser devolvida novamente à natureza.
A Águia-calçada, é uma rapina de médias dimensões, que se caracteriza pela sua cauda quadrada e
pelas patas emplumadas. Os indivíduos de fase clara são fáceis de identificar, a
plumagem é preta e branca, conferindo um forte contraste nas partes inferiores,
o que torna estas aves distinguíveis à distância.
Embora escassa na maior parte do território nacional, pode ainda
ser vista no Alentejo, com destaque para as zonas das barragens do Caia e
Montargil e na região de Barrancos. Durante o Inverno surge no estuário do Sado
e na lagoa de Santo André.
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