O escaravelho vermelho que tem destruído palmeiras em vários
pontos do país fez o seu aparecimento em Arronches por estes dias, atacando uma
árvore na zona do Convento de Nossa senhora da Luz.
O Insecto que se julga ter entrado em Portugal em 2007, já
se espalhou por todo o país, à excepção dos Açores. Em sete anos dizimou
milhares de palmeiras não poupando árvores centenárias e classificadas.
Esta espécie de escaravelho (Rhynchophorus ferrugineus) que
ataca as palmeiras, principalmente a palmeira das canarias e as datileiras, foi
detectada pela primeira vez em Portugal em 2007, em Albufeira, no Algarve. Por
essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há
vários anos com o insecto, que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir
da importação de palmeiras do Egipto para a Europa. Naquele ano, a União
Europeia considerou obrigatória a luta contra a praga, estabelecendo medidas de
emergência. Depois disso Portugal tinha um ano para se candidatar a fundos
comunitários para o seu combate, que é caro, mas não chegou a fazê-lo.
Desde então, o escaravelho foi subindo no mapa: segundo a
Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, em 2008 a praga foi detectada nas
regiões Centro, ano em que chegou também à Madeira; em 2009 chegou à Região de
Lisboa e Vale do Tejo e no ano seguinte ao Alentejo e à Região Norte. Apenas os
Açores escapam, sendo a única região do país onde não há qualquer registo de
contaminação.
Em Arronches como em muitas outras localidades portuguesas resta-nos
assistir ao desaparecimento destas árvores, que marcaram a paisagem e faziam
parte de memória de muito lugares, com a palmeira ainda existente junto à Santa
Casa da Misericórdia, visível de qualquer ponto da vila.
Tentado contrair esta situação as autoridades espanholas no município
de Badajoz estão a tratar os exemplares públicos com intervalos de 40 dias para
evitar que sejam infectados, usando diferentes produtos químicos segundo a
época do ano, num investimento que ronda os 30.000 euros, utilizados na compra
de ferramentas e insecticidas na luta contra “El picudo rojo”, como é conhecido
em Espanha.
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