terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Apanha mecanizada da azeitona mata milhares de aves na Península Ibérica em olivais superintensivos


Ecologistas exigem a proibição de apanha de azeitona à noite com recurso a máquinas, tendo em conta que se trata de uma prática com sérios impactos ambientais.


A apanha de azeitona mecanizada durante a noite em olivais intensivos está a causar a morte de milhares de aves, segundo um relatório oficial emitido pela Junta da Andaluzia (Espanha), que acaba de ser tornado público.
Estes valores podem ultrapassar os 2 milhões de aves, segundo as estimativas desta entidade.

Tendo em conta estes dados, a Quercus e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves anunciam ter solicitado junto do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que «seja também avaliada com urgência esta situação nos olivais intensivos portugueses, dado que milhares de aves migradoras e invernantes usam as zonas de olival em particular no Alentejo como pontos de paragem e refúgio quando estão a migrar.

A utilização de máquinas da apanha da azeitona durante a noite leva a capturas, em números muitíssimo elevados (100 aves por hectare), e causa a morte de milhares de aves.

Na sequência deste relatório, têm surgido mais denúncias em diversas zonas de Espanha e Portugal.

O relatório oficial aponta para uma estimativa de mais de 2 milhões de aves afetadas.
O documento alerta ainda para o facto das aves mortas serem usadas posteriormente como petiscos, contribuindo para um mercado ilegal e que coloca em causa a própria saúde pública.
A Quercus e a SPEA apelam à «denúncia de situações em Portuga e, tal como outras organizações, exigem «uma real averiguação do impacto destas operações por parte do ICNF e entidades oficiais e mesmo a sua proibição no caso de se verificar que causa mortalidade nas aves».

Os ambientalistas consideram também indispensável que o Governo crie, no mais curto espaço de tempo, uma regulamentação da atividade das plantações de olivais intensivos e superintensivos em território nacional.
Fotos/ Ecologistas Ibéricos e Emílio Moitas / Imagens zona de Avis.




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