O Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas António Tomás Pires foi inaugurado esta segunda-feira,
dia 31 de maio, numa cerimónia presidida pela ministra da Coesão Territorial,
Ana Abrunhosa.
No ato inaugural, marcaram também presença o secretário de
Estado do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel; o presidente da Câmara
Municipal de Elvas, Nuno Mocinha; o presidente da CCDR Alentejo, António Ceia
da Silva, e a diretora Regional de Cultura, Ana Paula Amendoeira, entre outras
entidades civis e militares.
Após as intervenções, os presentes realizaram uma visita ao
novo museu, tendo a ministra referido estar “maravilhada” com este “museu, que
recupera a etnografia, a história e a tradição, mas que está feito com grande
inteligência, com modernidade, e que nos consegue levar ao tempo dos objetos,
das pessoas e simultaneamente, entusiasmar, porque tem tecnologia”.
O percurso expositivo está divido por dois pisos. O visitante inicia a visita pelo piso inferior, com as temáticas de “Duas Instituições, Duas Coleções, Muitas Pessoas”; “Pão, Vinho, Azeite”; “Memória Do Edifício”.
No piso superior encontramos as salas: “Contanário”; “O Território: Do Passado Ao Presente, Das Pessoas Aos Objetos”; “Ritos Funerários”; “Entre a Tradição, o Sagrado e o Profano”. O museu dispõe ainda de uma sala polivalente, sala de serviço educativo e de um pátio exterior com uma exposição de heráldica.
Na exposição permanente “Território: do Passado ao Presente,
Das Pessoas aos Objetos”, cruza-se a coleção de arqueologia do Museu de
Arqueologia e Etnografia António Tomás Pires com a coleção de etnografia
proveniente do Grémio da Lavoura de Elvas. A partir de uma (re) leitura dos
objetos museológicos, com base numa abordagem biográfica, privilegia-se a
diversidade de intervenientes envolvidos na formação das coleções e a
contextualização dos usos e funções dos objetos.
Um investimento de quatro milhões de euros, financiados em
85 por cento pelo PO regional, pelo Alentejo 2020.
O Museu abre ao público esta terça-feira, dia 1 de junho de
2021.
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Quem foi: ANTÓNIO THOMAZ PIRES:
António Tomás Pires, nasceu em Elvas a 7 de março de 1850 — Faleceu
a3 de agosto de 1913, na cidade de Elvas. Foi um importante etnógrafo português
que trabalhou sobretudo na recolha e investigação da etnografia alentejana com
destaque a zona de Elvas.
Hoje, o museu de Elvas, que o mesmo ajudou a criar,
chama-se, em sua homenagem, Museu Municipal António Tomás Pires.
António Thomaz Pires, foi Secretário da Câmara Municipal.
Notabilizou-se também como um notável estudioso da história e da etnografia de
Elvas e, do Alto Alentejo em geral.
Colaborou com Teófilo Braga, José Leite de Vasconcelos,
Gonçalves Viana, Adolfo Coelho, entre outros. As suas investigações foram
publicadas em jornais e revistas regionais como -O Elvense, O Progresso
d’Elvas, Correio Elvense, O Boémio, A Pérola, O Liberal- como de outras
localidades e até de circulação nacional- Gazeta de Portugal, Boletim da
Sociedade de Geografia, O Arqueólogo Português, A Tradição.
Da sua incansável pesquisa das riquezas folclóricas de Elvas
e da sua região -canções, rimas populares, adivinhas, adágios, rifões e
anexins, romances e orações, contos e jogos, destacamos: Estudos e Notas
Elvenses; Cantos Populares Portugueses; Cancioneiro Popular Político.
Era o “Antoninho das cantigas” no dizer da gente simples que
“recolheu o dom que deixa ouvir o silêncio, que na alma impalpável,
esfrangalhada, dos Sítios e das Ruínas, decifra os letreiros que ensinam a
contemplar no que a nós nos parece transitório, o que, em essência, é eterno”.
(António Sardinha).
IN: Os Grandes elvenses.blogspot
Fotos/ Emílio Moitas / Município Elvas
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