O ator português Filipe Duarte, que durante a sua infância
teve fortes ligações ao concelho de Arronches, morreu, esta sexta-feira, aos 46
anos, em consequência de um enfarte, confirmou à agência Lusa fonte próxima da
família, referindo que o óbito ocorreu durante a madrugada, na sua casa, no
concelho de Cascais.
A notícia e a causa da morte foram também reveladas pela
SIC, que tem atualmente em exibição a telenovela “Amor de mãe”, rodada no
Brasil nos estúdios da Globo e na qual o ator entra.
Filipe Duarte, nasceu em Angola, em 1973, de onde saiu para
Portugal ainda na infância, estudou teatro e foi em palco que se estreou, nos
anos 1990, com a Companhia Teatral do Castelo e com o Teatro da Garagem.
Daniel Oliveira, diretor de programas da SIC, considera esta
"uma perda irreparável. O Filipe era um dos melhores atores da sua
geração, cuja marca do talento ficará para sempre entre nós. Em nome da SIC,
onde o Filipe Duarte trabalhou em projectos como Fúria de Viver ou Teorema de
Pitágoras, deixamos as nossas mais sentidas condolências à família e amigos do
Filipe."
Através do Facebook, a Academia Portuguesa do Cinema refere
que "é com a maior tristeza e ainda em choque, que damos a notícia do
inesperado falecimento do ator e membro da nossa Academia Filipe Duarte.
Está Nomeado para “Melhor Actor Secundário” nos Prémios
Sophia da nossa Academia, pela sua interpretação no filme Variações. Os nossos
mais sentidos pêsames para com a sua família e também para toda a família do
cinema português."
De referir que Felipe Duarte, no cinema, entrou em mais de
30 filmes, entre curtas-metragens, telefilmes e longas-metragens, entre
comédia, drama e romance e trabalhou com, entre outros, Luís Filipe Rocha,
António-Pedro Vasconcelos, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Tiago Guedes e
Vítor Gonçalves.
Destaca-se o filme “A outra margem” (2007), de Luís Filipe
Rocha, no qual interpreta o travesti amargurado com a vida e que lhe valeu o
prémio de melhor ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá.
É ainda de recordar a participação de Filipe Duarte em “A
costa dos murmúrios” (2004), de Margarida Cardoso, e ao lado de Beatriz
Batarda, rodado em Moçambique. É nessa altura, de regresso a África já em
adulto, que o ator decide ter dupla nacionalidade, portuguesa e angolana.
As presenças mais recentes de Filipe Duarte no cinema
deram-se com “Variações” (2019), no qual interpretou o fundador da discoteca
Trumps, e “Mosquito” (2020), em que volta a interpreta um militar em África,
durante a Primeira Guerra Mundial.
O mais recente projeto no cinema seria “Nothing ever
happened”, de Gonçalo Galvão Teles, ainda inédito.
Nesta hora difícil apresentamos as nossas sentidas
condolências à sua família e amigos.
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