sexta-feira, 15 de maio de 2015

Espanha – Trabalha-se e morre-se ao sol por 6 euros à hora nos campos do sul


Um homem de 32 anos faleceu no passado dia 13 de maio, enquanto trabalhava num tomatal na zona de Gévora, a escassos quilómetros da fronteira do Caia, segundo informação avançada pelas autoridades Extremeñas, no decorrer de uma jornada de trabalho de 10 horas, o normal seria que fizesse uma jornada laboral de 8 horas, mas a mesma por norma é de onze ou doze horas, quanto mais horas se trabalha mais se ganha. 

Juan Francisco Dias, natural de Olivença, junto com mais 15 companheiros trabalhava numa enorme propriedade de regadio com cerca de 112 hectares onde crescem tomates, local onde se paga 6 euros à hora a cada trabalhador, quase todos eles antes trabalhadores da construção civil, hoje reconvertidos em operários agrícolas.

Segundo o doutor Gustavo González Ramírez, médico de família da rede de Saúde Publica Extremeña, qualquer pessoa pode ser vítima de uma situação semelhante, referindo que para sofrer um golpe de calor não é necessário reunir condições especiais, embora existam grupos de risco como os bebés ou as pessoas idosas, mas o calor nos pode  afetar todos.

O golpe de calor é o quadro mais grave de uma serie de alterações que se produzem quando nos submetemos  a temperaturas excessivas. O organismo humano é capaz de aguenta bem variações de temperatura interna de três graus, mas a partir dos 40,5 ou 41 as consequências podem ser fatais “Alerta”.

O segredo para não sofrer um golpe este problema e ficar atento para os sintomas, quando ainda não se tenha alcançado os 40 graus. “Os quadros clínicos mais leves começam a manifestar-se entre os 37 e os 40 graus com suores, calor excessivo, tonturas e cãibras musculares. Se nessa altura a vitima não se retira do sol e começa a ingerir líquidos, a temperatura do corpo continua a subir e os sintomas a começarem a manifestar-se com dor de cabeça progressiva até que a pessoa entra em coma, e na pior das situações a “falecer”.

No local do acidente Inspectores de Trabalho elaboraram o habitual relatório, fontes da Delegación del Gobierno, confirmaram aos jornalistas que se tratou do modo de proceder normal nestes casos de acidente laboral.

Fica o alerta para o perigo dos golpes de calor com a exposição excessiva ao sol em dias de temperatura elevada, situação que vitimou também dois portalegrenses que em tempos se descolaram numa viagem de moto ao deserto marroquino.
Foto: E. Moitas

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