No Alentejo, e em particular em Arronches ou zona de Elvas a tradição manda que após a Missa de Domingo de Ramos o alecrim e oliveira depois de benzidos, para além da parte que se conserva em casa, para momentos de aflição e afastar as trovoadas, outros ramos são ainda postos nos campos para proteger searas de pragas e outras calamidades.
Depois de abençoados e geralmente montados em canas em forma
de cruz, para proteger as searas como sinal de fé e compromisso com Cristo e
simbolizando a força da vida e a esperança da ressurreição.
“Na agricultura alentejana as searas ocupam lugar culminante, a região elvense é das que mais se distingue e avantaja neste importantíssimo ramo agrícola. Aqui, como em toda a província, as searas constam de trigo, centeio, cevada e aveia.
De cultura extensiva nas herdades, em folhas de dois a dez ou doze moios de semeadura, e quase intensiva nas tapadas, ferregiais e courelas dos arredores das povoações. A cultura do trigo vai num crescendo manifesto, embora inferior ao que se observa noutras zonas, onde pouco se semeava ainda há doze anos.
Em Arronches e no Crato, por exemplo,
havia terras e terras incultas, ou cultivadas de longe em longe e mal, que de
1892 para cá estão a ser arroteadas com incremento febril, aplicando-se a
cereais. Onde, em tempos que não vão longe, só vicejavam estevas, carrascos e
saragaços, hoje desenvolvem-se e criam-se extensas searas, que aumentam de ano
para ano nos terrenos que se conquistam à charneca.”
Fotos/ Emílio Moitas
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