O arranjo das margens do Rio Caia e da Ribeira de Arronches
desde a Ponte do Crato até à Ponte de Santa Maria, zona onde foi implantado
recentemente o novo “Passadiço
Ribeirinho de Arronches”, e que devolveu parte das margens da ribeira à população
como zona de lazer, está a ser alvo de melhoramentos
paisagísticos que visam o desmantelamento das construções edificadas na encosta
da margem oposta à ao passadiço, e popularmente conhecidas em Arronches como “barracas de horta”, locais onde se
criavam alguns animais domésticos como galinhas ou porcos.
Esta segunda fase de trabalhos agora em curso vai certamente
contribuir para melhoria visual e paisagística da zona envolvente ao passadiço
de madeira, com algum ordenamento das desordenadas construções abarracadas que desvirtuavam
uma das zonas mais bonitas junto ao perímetro urbano da vila e que permitir usufruir
da paisagem ribeirinha ou da simples contemplação com o perfil da vila de
Arronches de fundo.
Segundo a Câmara Municipal esta solução foi devidamente
comunicada aos ocupantes dos referidos espaços, estando a autarquia certa de
que irá favorecer muito uma obra que, quando totalmente finalizada e pronta a
utilizar, irá ser, segundo a convicção do Município, do agrado de todos os
arronchenses.
Uma obra que no início foi alvo de alguma contestação pela escolha do traçado em algumas zonas, começa hoje seguramente a ser uma mais-valia para o concelho, não só nos benefícios que vai trazer aos munícipes, e aos turistas que nos visitam.
Um projeto que digamos no futuro poderá ser enriquecido e melhorado
com o aproveitamento e divulgação de vestígios arqueológicos, como por exemplo
o que ainda resta das fundações da velha ponte demolida no final dos anos 1950
do século passado, junto à atual ponte de Santa Maria. As antigas passadeiras
ou poldras em granito ainda existentes, infelizmente as melhor localizadas e
preservadas que no passado permitiam a travessia da ribeira no acesso a Santa Luzia,
foram destruídas no Tinte há relativamente poucos anos.
Outra das mais valias para este percurso pedestre
ribeirinho, seria a possível recuperação das ruínas do antigo moinho de água do
“Serrainho ou Sarrainho” como é denominado em Arronches, atualmente
(propriedade privada), como um espaço museológico de memória da arqueologia industrial
moageira dos muitos moinhos de água, ou azenhas, que na passada foram uma
atividade importante na economia local, no processo de moer cereais e produzir
farinha no concelho de Arronches.
A água que corria
pela levada desde o açude fazia girar a roda do moinho, cujo movimento era
transmitido às mós que moíam o cereal, uma atividade que nos meses de verão
estava condicionada ao volume de água que corria na ribeira, e que em anos de
seca obrigava mesmo à interrupção da atividade.
A plantação de algumas espécies ripícolas locais como: salgueiros
ou vimes (Salix/família Salicaceae) amieiros (Alnus glutinosa) ou choupos (Populus
nigra L.) Família: Salicaceae, para alem de consolidarem as margens da ribeira em
épocas de cheias, contribuem também para o habitat de diversas espécies de
aves e beleza do percurso.
Fotos/ Emílio Moitas / Município Arronches
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