domingo, 12 de dezembro de 2021

Alentejo - Bagaço de Azeitona com capacidade de armazenamento á beira do colapso

Segundo um comunicado da Fenazeites, prevê-se que a produção de azeite venha a atingir valores na ordem das 180.000 toneladas, o que constitui a maior campanha desde que há registos, a Federação “tomou conhecimento de que todo o sector olivícola do Alentejo está paralisado, desde a apanha de azeitona nos lagares que a transformam”.


Na nota imprensa distribuída a diferentes órgãos de informação a Fenazeites, refere  que “devido ao boom verificado na produção deste ano, as três grandes unidades de receção de bagaço de azeitona, proveniente dos lagares, cooperativos e não cooperativos, que processam toda a azeitona produzida no Alentejo, têm a sua capacidade de armazenamento esgotada ou praticamente esgotada e não aceitam mais matéria-prima”.


A Fenazeites acrescenta ser “aterrador o que poderá ocorrer à cadeia de valor oleícola, por não haver onde colocar aquele bagaço de azeitona, cuja produção estimada prevê atingir os 900.000.000 kgs”.


“Toda esta situação está a provocar prejuízos incalculáveis aos agricultores e empresas ligadas ao setor”, afirma a federação.


O sector Cooperativo, através da FENAZEITES e sua associada UCASUL – União de Cooperativa Agrícolas, tem vindo, há vários anos, a tentar sensibilizar as entidades responsáveis para a possibilidade desta situação poder ocorrer.


“A ausência e recusa da aceitação de uma estratégia global equilibrada para o sector, pelos organismos competentes, tem provocado estes desequilíbrios estruturais, que já estão a penalizar todo o sector nacional, nomeadamente no Alentejo, onde o estrangulamento na recepção dos bagaços de azeitona está a levar ao colapso das actividades relacionadas” adianta o documento da Fenazeites.

 

Uma situação que já é constatada na empresa “Óleoalegre, Lda” localizada na herdade das Tapadas, no concelho de Monforte, a laborar as 24 horas, com o cheiro desagradável a fazer sentir-se na zona e com o significativo aumento de camiões de transporte de bagaço na estrada municipal Monforte/Arronches, que começa a apresentar sinais de não aguentar a intensa utilização de veículos pesados, com buracos e pedras soltas na faixa de rodagem.

Fotos/ Emílio Moitas 










 

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