Segundo um comunicado da Fenazeites, prevê-se que a produção de azeite venha a atingir valores na ordem das 180.000 toneladas, o que constitui a maior campanha desde que há registos, a Federação “tomou conhecimento de que todo o sector olivícola do Alentejo está paralisado, desde a apanha de azeitona nos lagares que a transformam”.
Na nota imprensa distribuída a diferentes órgãos de informação
a Fenazeites, refere que “devido ao boom
verificado na produção deste ano, as três grandes unidades de receção de bagaço
de azeitona, proveniente dos lagares, cooperativos e não cooperativos, que
processam toda a azeitona produzida no Alentejo, têm a sua capacidade de
armazenamento esgotada ou praticamente esgotada e não aceitam mais
matéria-prima”.
A Fenazeites acrescenta ser “aterrador o que poderá ocorrer
à cadeia de valor oleícola, por não haver onde colocar aquele bagaço de
azeitona, cuja produção estimada prevê atingir os 900.000.000 kgs”.
“Toda esta situação está a provocar prejuízos incalculáveis
aos agricultores e empresas ligadas ao setor”, afirma a federação.
O sector Cooperativo, através da FENAZEITES e sua associada
UCASUL – União de Cooperativa Agrícolas, tem vindo, há vários anos, a tentar
sensibilizar as entidades responsáveis para a possibilidade desta situação
poder ocorrer.
“A ausência e recusa da aceitação de uma estratégia global
equilibrada para o sector, pelos organismos competentes, tem provocado estes
desequilíbrios estruturais, que já estão a penalizar todo o sector nacional,
nomeadamente no Alentejo, onde o estrangulamento na recepção dos bagaços de
azeitona está a levar ao colapso das actividades relacionadas” adianta o
documento da Fenazeites.
Uma situação que já é constatada na empresa “Óleoalegre, Lda”
localizada na herdade das Tapadas, no concelho de Monforte, a laborar as 24
horas, com o cheiro desagradável a fazer sentir-se na zona e com o significativo
aumento de camiões de transporte de bagaço na estrada municipal
Monforte/Arronches, que começa a apresentar sinais de não aguentar a intensa
utilização de veículos pesados, com buracos e pedras soltas na faixa de
rodagem.
Fotos/ Emílio Moitas
Sem comentários:
Enviar um comentário