Portalegre - Marcelo Rebelo de Sousa "Temos a nossa
história de quase 900 anos e uma comunidade das mais inclusivas e coesas apesar
das desigualdades"
O presidente da República apelou à união dos
"Portugais" espalhados pelo Mundo, durante as cerimónias
comemorativas do 10 de Junho, esta manhã realizadas em Portalegre no Alentejo,
num discurso virado para o futuro em que não esqueceu as fragilidades do passado.
Elogiando o atual modelo de dupla comemoração do Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado hoje em Portugal e
amanhã em Cabo Verde, Marcelo Rebelo de Sousa realçou a "diversidade"
e "riqueza" dos vários "Portugais esquecidos" que fazem do
país "uma só pátria".
"Uma pátria irmã de muitas outras pátrias que connosco
partilham comunidades, língua, pessoas, sonhos, futuro", começou por dizer
o chefe de Estado, em Portalegre, depois de honras militares, de uma cerimónia
em homenagem aos mortos em combate e de uma intervenção do presidente da
Comissão Organizadora das Comemorações, o jornalista João Miguel Tavares.
Na mesma linha, e combatendo o "pessimismo"
português, deixou uma palavra aos tantos cidadãos lusos que, nas várias áreas,
se distinguem no estrangeiro. "Quando somos muito bons, somos dos melhores
dos melhores", afirmou, lembrando que não são só política e o futebol que
catapultam o nome de Portugal além-fronteiras. "[Os portugueses] São todos
os dias, cá dentro e lá fora, líderes sociais, cientificos, académicos,
culturais (...)"
Na presença do presidente da República de Cabo Verde, Jorge
Carlos Fonseca, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro
Rodrigues, e do primeiro-ministro, António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa
apelou a que as comemorações do 10 de Junho sejam, mais do que uma formalidade
imposta pelo calendário, um "compromisso de futuro para com esta terra e
esta gente".
Não esquecendo nem minimizando "insatisfações,
cansaços, indignações, impaciências, corrupções, falências da justiça,
exigências constantes de maior seriedade ou ética na vida publica",
Marcelo afirmou que "somos muito mais do que fragilidades e erros" e
é por isso que "temos a nossa história de quase 900 anos e uma comunidade
das mais inclusivas e coesas apesar das desigualdades". "Resistimos à
perda de independência, às crises económicas, financeiras, políticas e sociais
(...) Sobrevivemos e queremos apostar no futuro", continuou, apelando a
uma "mobilidade alargada" de pessoas.
Uma cerimónia que decorreu na Avenida das Forças Armadas, e
que contou com as presenças a nível local da Srª. presidente de Câmara de
Arronches, Engª. Fermelinda Carvalho e do alcalde da vizinha localidade de La
Codosera, Joaquin Tejero Barroso.
Do Alentejo para Cabo Verde
As comemorações do Dia de Portugal começaram no passado domingo, já
em Portalegre, com uma cerimónia de içar da bandeira nacional presidida pelo
chefe de Estado. Sempre acompanhado pelo ministro João Gomes Cravinho, Marcelo
visitou demoradamente a exibição das atividades militares, antes de se dirigir
ao Mercado Municipal de Portalegre e visitar o Museu da Tapeçaria e Igreja do Bonfim em Portalegre.
Marcelo Rebelo de Sousa viajou finalizadas as cerimónias
militares em Portalegre, para a cidade da Praia, na ilha de Santiago, em Cabo
Verde, com António Costa e o presidente caboverdiano, Jorge Carlos Fonseca,
onde falará perante representantes da comunidade portuguesa no país, composta
por cerca de 21 mil pessoas.
A cerimónia de receção decorrerá na Escola Portuguesa e
contará com atuações musicais do cantor Tito Paris e da fadista Raquel Tavares.
Vídeo/no Facebook/Fotos/ Emílio Moitas
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