sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Medo na raia - Violador de Madrid voltou a casa em Valencia de Alcántara depois de 20 anos de cadeia


Arlindo Luís Carvalho, de 51 anos, conhecido como 'el violador de Pirámides' e condenado a 514 anos de cadeia como autor de uma trintena de violações em Madrid, mas que admitiu ter agredido sexualmente a 140 mulheres, foi posto em liberdade recentemente, depois de ter cumprido 20 anos atrás das grades, sem direito a férias ou fins-de-semana fora da prisão.

Nascido em Portugal na aldeia de São Julião, no concelho de Portalegre, acabaria por ser nacionalizado espanhol, quando os pais foram a viver para Valencia de Alcántara, local onde fixaram  residência e passaram guardar a igreja de Nossa Senhora de  de Recamador.

Casado e com duas filhas, Arlindo foi detido em janeiro de 1977, depois de ter colocado em xeque a polícia de Madrid, desde o início dos anos noventa.

A colaboração de um cidadão foi considerada providencial para a sua prisão, segundo disseram em tribunal os policias que participaram no caso, e aos quais Arlindo disse: “Já era hora que me prendessem”.

Todas as vítimas do violador foram mulheres, sempre diferentes, as quais seguia após terminar o seu horário laboral, de instalador de gás ao domicílio, num período de tempo que foi de 8 anos, desde 1988, quando tinha 23 anos, até 1996.

Condenado á pena máxima de 20 anos de prisão, pelo Tribunal Supremo, por “comportamento sexual compulsivo”, Arlindo foi um dos maiores violadores em serie da recinte história de Madrid.

O violador atacava sempre as suas vítimas entre as 8 da tarde e as 11 horas da noite, durante a semana e entre as 3 e as 6 horas da tarde aos fins-de-semana, em muitas ocasiões atacava as mulheres pouco antes de ir buscar a esposa á saída do trabalho, na glorieta madrilena de Pirámides, onde atoou insistentemente e que lhe valeu o sobrenome.

A dupla vida que levava chegou ao extremo das jóias que roubava às suas vítimas, acabarem por ser oferecidas a seus familiares.

Para além da zona de Pirámides e outros dois bairros da zona sul de Madrid, o violador semeou o terror nos municípios madrilenos de Leganés, Getafe, Móstoles o Alcorcón. Mas nunca em Fuenlabrada, onde vivia, nem onde trabalhava, sendo considerado como pessoa absolutamente normal.

É este o homem que após o cumprimento da pena de prisão, voltou  à raia que o viu nascer, mais propriamente à casa da sua mãe, uma casa humilde térrea, com apenas  uma porta, duas janelas e uma imagem da virgem na fachada, em Valencia de Alcántara, local onde é indesejado pela população que teme venha a reincidir no crime.

Um problema para o alcalde, o socialista, Alberto Piris, que viu a terra invadida por muitos jornalistas dos diferentes meios de comunicação social espanhóis, aos quais disse:  «Nosotros no podemos impedirle que resida aquí. Él ha cumplido con su condena y ahora mismo es una persona libre, como cualquier otro ciudadano, amparado por el artículo 19 de nuestra Constitución, que establece que los españoles tienen derecho a elegir libremente su residencia y a circular por el território”.

Openião diferentes têm as mulheres da zona raiana de Valencia de Alcántara,Marvão, São Julião ou a Rabaça,  que já se começaram a mobilizar fazendo circular uma mensagem a qual anexam uma fotografia recente de Arlindo Luís Carvalho, o violador de Pirámides, que voltou à terra onde se criou, depois de compridos os 20 anos de cadeia, pelos crimes que cometeu em Madrid, quanto tinha 23 anos.

“«No sé si podrá hacer algo! Pero es un peligro para todas! O tendremos que esperar hasta que viole a alguien más? Pásalo y a ver si entre todas conseguimos que se marche del pueblo! Estaría bien que alguna asociación de mujeres de la localidad tomara la iniciativa y realicemos algún tipo de protesta para que se marche!! Pásalo!!! Por todas las mujeres!! Madres, hijas y abuelas!!». El mensaje de whatshapp corre como la pólvora de móvil a móvil entre las vecinas de la raya de Valencia de Alcántara, localidad cacereña de 5.646 habitantes que se encuentra junto a la frontera de Portugal”.

Questionada á porta de casa pelo batalhão de jornalistas,  a mãe de Arlindo, sem abrir a porta,  e diz-lhe em português  que se “marchen”,  vão embora , referindo que o filho não está, mas ninguém acredita, todos imaginam que dentro daquela humilde casa está escondido um homem que um dia foi um monstro.
Fotos: Emílio Moitas, whatshapp, TeleCinco.



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