A data tem por objetivo chamar a atenção e ao mesmo tempo
dinamizar todos os castelos do país, sendo edifícios históricos e emblemáticos
para muitas localidades.
Do outrora imponente castelo de Arronches, que conhecemos
pelo manuscrito quinhentista da autoria de Duarte de Armas, executado em
1509-1510, por iniciativa de D. Manuel I de Portugal, chegou até nós o torreão que
atualmente alberga no seu interior o Posto de Turismo.
Apesar de não ser o principal monumento da vila de Arronches,
está classificado como Imóvel de Interesse Público, sendo muitos os visitantes
que que pretendem aceder ao topo do torreão, o que atualmente não é possível
por motivos de segurança.
Os castelos são testemunhos da memória coletiva dos povos e
representam uma importante referência, a vários níveis, no nosso país.
Arronches foi primeiramente conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, em 1166, e novamente perdida, para ser recuperada no reinado de D. Sancho II, em 1235. No entanto, só em 1242, com a intervenção militar do cavaleiro D. Paio Peres Correia, Grão-Mestre da Ordem de Santiago, foi definitivamente integrada no território nacional.
O primeiro foral da
vila foi outorgado em 1255, por D. Afonso III, e confirmado pelo mesmo monarca
em 1272.
O castelo,
naturalmente muito importante numa zona fronteiriça, já existia em 1310, uma
vez que nesse ano sofreu obras de restauro ordenadas por D. Dinis. As mais
antigas construções do conjunto datam justamente da intervenção dionisina,
constando de uma maciça torre quadrangular, uma vez que os restantes troços de
muralha pertencem a uma reconstrução e adaptação do século XVII.
A muralha envolve todo o núcleo medieval de Arronches, tendo
sido parcialmente absorvida pelo crescimento da vila.
A torre
quatrocentista, ou Torre da Cadeia, por assim ter servido, é uma construção de
planta quadrangular, com cunhais de granito, e sem ameias, hoje adossada a dois
edifícios de habitação.
A reforma seiscentista da praça determinou a sua adaptação a
uma fortaleza abaluartada de tipo moderno, do qual restam apenas alguns panos
de muralha, em talude, com guaritas de planta hexagonal e cobertura piramidal
nos ângulos.
Classificados como Imóvel de Interesse Público por Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-19, os restos das fortificações de Arronches atualmente reclamam um extenso plano de recuperação e de valorização por parte dos poderes públicos.
Fotos/ Emílio Moitas / Aguarela: Eugénio Silva / Desenho: Duarte de Armas
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