quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Cultura - No Dia Nacional dos Castelos lembramos o que resta da Fortaleza de Arronches

 O Dia Nacional dos Castelos celebra-se hoje, dia 7 de outubro, uma data comemorada oficialmente desde outubro de 1984.


A data tem por objetivo chamar a atenção e ao mesmo tempo dinamizar todos os castelos do país, sendo edifícios históricos e emblemáticos para muitas localidades.


Do outrora imponente castelo de Arronches, que conhecemos pelo manuscrito quinhentista da autoria de Duarte de Armas, executado em 1509-1510, por iniciativa de D. Manuel I de Portugal, chegou até nós o torreão que atualmente alberga no seu interior o Posto de Turismo.


Apesar de não ser o principal monumento da vila de Arronches, está classificado como Imóvel de Interesse Público, sendo muitos os visitantes que que pretendem aceder ao topo do torreão, o que atualmente não é possível por motivos de segurança.


 Portugal e possui centenas de castelos e fortes, de grande valor monumental e histórico, alguns localizados a escassos quilómetros de Arronches, como o Castelo de Marvão ou o Forte da Graça em Elvas.


Os castelos são testemunhos da memória coletiva dos povos e representam uma importante referência, a vários níveis, no nosso país.


Arronches foi primeiramente conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, em 1166, e novamente perdida, para ser recuperada no reinado de D. Sancho II, em 1235. No entanto, só em 1242, com a intervenção militar do cavaleiro D. Paio Peres Correia, Grão-Mestre da Ordem de Santiago, foi definitivamente integrada no território nacional.


 O primeiro foral da vila foi outorgado em 1255, por D. Afonso III, e confirmado pelo mesmo monarca em 1272.


 O castelo, naturalmente muito importante numa zona fronteiriça, já existia em 1310, uma vez que nesse ano sofreu obras de restauro ordenadas por D. Dinis. As mais antigas construções do conjunto datam justamente da intervenção dionisina, constando de uma maciça torre quadrangular, uma vez que os restantes troços de muralha pertencem a uma reconstrução e adaptação do século XVII.


A muralha envolve todo o núcleo medieval de Arronches, tendo sido parcialmente absorvida pelo crescimento da vila.


 A torre quatrocentista, ou Torre da Cadeia, por assim ter servido, é uma construção de planta quadrangular, com cunhais de granito, e sem ameias, hoje adossada a dois edifícios de habitação.


A reforma seiscentista da praça determinou a sua adaptação a uma fortaleza abaluartada de tipo moderno, do qual restam apenas alguns panos de muralha, em talude, com guaritas de planta hexagonal e cobertura piramidal nos ângulos. 


Classificados como Imóvel de Interesse Público por Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-19, os restos das fortificações de Arronches atualmente reclamam um extenso plano de recuperação e de valorização por parte dos poderes públicos.

Fotos/ Emílio Moitas / Aguarela: Eugénio Silva / Desenho: Duarte de Armas 






 

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