Numa altura em que já é visível a instalação de um parque
eólico no Alto dos Forninhos, no Parque Natural da Serra de São Mamede, em
Portalegre, a Quercus vem alertar em nota de imprensa para vários problemas já
detetados e para outros que estão a ser analisados por esta associação
ambientalista.
A Quercus refere
nesta nota de imprensa que é favorável à utilização de energias renováveis em
vez de energias não renováveis, contudo é importante relembrar que mesmo as
energias renováveis não têm impactes neutros no ambiente e, nalguns casos, os
efeitos podem ser mesmo muito negativos. No caso dos parques eólicos em
particular, são necessários cuidados acrescidos e assim, como posição de
princípio, a Quercus é desfavorável à implantação de parques eólicos dentro das
Áreas Classificadas.
Uma vez que a instalação dos parques eólicos pode ter
efeitos negativos na paisagem, geologia, flora, e fauna das regiões onde são
implantados, tais circunstâncias obrigam a que os mesmos devam ser sempre
objeto de avaliações adequadas, antes, durante e depois da sua implantação, de
forma a evitar efeitos indesejáveis. Isso não aconteceu no parque eólico do
Alto dos Forninhos, onde pelos impactes que se prevêem ocorrerem, por exemplo
ao nível da fauna (morcegos e aves sobretudo), deveria ter sido realizada uma
Avaliação de Impacte Ambiental, mas apenas foi realizada uma Avaliação de
Incidências Ambientais.
Referindo ainda que
as populações deveriam ter sido envolvidas de forma abrangente em todo o
processo que levou à decisão de instalação do parque eólico, na medida em que a
ampla participação dos cidadãos em todas as fases dos processos decisórios é um
imperativo da nossa democracia. Todos teriam a ganhar, por exemplo, se tivessem
decorrido nas freguesias debates públicos participados, situação que não
aconteceu.
Também os impactes visuais do parque eólico são já objeto de
críticas de muitas pessoas residentes na zona e esse impacto na paisagem
ultrapassa em muito os dez quilómetros avaliados, sendo que a muitos mais
quilómetros de distância, é o próprio perfil da Serra de São Mamede que fica
alterado.
A Quercus verificou ainda
que existiram alterações ao
próprio projeto, tais como o alargamento da Estrada Municipal 522 (estrada
florestal), que nem sequer estava previsto no projeto inicial, e que tais
alterações provocam ainda um maior impacte na flora e na fauna, através da
pressão humana acrescida e da criação de um efeito barreira nessa área.
Por tudo isto, no ano em que se comemoram os 25 anos da
criação do Parque Natural da Serra de São Mamede, a Quercus apela a que as
populações possam participar na discussão do que está a ocorrer neste Parque
Natural, com vista a darem um maior contributo para a preservação do bem comum
que é a Serra.
Fotos: Paulo Pires - http://xtdeportalegre.blogspot.pt/
Mas o que é que vocês já fizeram pelo parque?Alguma vez se preocuparam com o abandono e destruição da ermida de São Mamede?Morcegos há muitos!!!!!!
ResponderEliminarVai a ver o canavial cortado do João Luis frente ao vassalo onde dormiam ate ontem milhares de aves.
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