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sábado, 18 de outubro de 2014

Alentejo - Soldados portugueses mortos homenageados no centenário da 1ª Grande Guerra


A Evocação do Centenário da I Guerra Mundial realizou-se esta manhã com diferentes Cerimónias de Homenagem Nacional aos Mortos da Grande Guerra, que decorreu um pouco por todo o país, incluindo nas principais cidades Alentejanas.

Em Portalegre O centenário da primeira Grande Guerra foi, numa cerimónia que decorreu junto ao monumento que presta homenagem a todos os que perderam a vida a lutar pela pátria.

Em Évora os militares estiveram junto ao monumento aos combatentes no Rossio de S. Brás, homenageando todos os que tombaram nesta guerra, no ano em que passam 100 anos do início do conflito.

Em Beja a homenagem aconteceu junto ao monumento evocativo dos Combatentes da Grande Guerra, no Regimento de Infantaria nº3, em Beja.

No âmbito destas comemorações, o Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje em Lisboa,  junto ao  monumento evocativo existente, na avenida da Liberdade, que a participação na I Guerra Mundial deixou uma "dura lição" da incapacidade em assumir esse compromisso num período de "profunda crise política e económica" que tinha feito descurar a "capacidade militar".

"O início do conflito ocorreu num período de forte instabilidade em Portugal, com uma profunda crise política e económica que levara a descurar, de forma comprometedora, a capacidade militar do país", afirmou Cavaco Silva.

"Ficou a dura lição da incapacidade do país para assumir tão exigente compromisso, de que resultou a impreparação e o abandono dos nossos militares, com trágicas consequências e custos humanos elevados", defendeu.
Nota: Foto de soldado arronchense que participou neste conflito em terras francesas, regressou vivo da guerra mas com diversas sequelas psicológicas e físicas.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Arronches – “Dias da memória” procuram-se testemunhos de soldados da I Guerra Mundial


Por iniciativa do Instituto de História Contemporânea, Assembleia da República assinala o Centenário da I Guerra Mundial com um conjunto de iniciativas que têm início em outubro de 2014 e prosseguem até 2018.

A evocação deste período histórico, pelo Parlamento, começa no dia 7 de outubro com a realização do Colóquio Portugal e a I Grande Guerra Mundial (1914-1918) e com a inauguração da exposição "Portugal na I Grande Guerra" e inclui a realização de uma iniciativa inédita em Portugal – Os Dias da Memória.

Os Dias da Memória decorrem de 17 a 19 de outubro e têm como objetivo incentivar a participação dos cidadãos no estudo e divulgação da memória da presença portuguesa no conflito de 1914-1918. Durante três dias o Parlamento estará aberto para a recolha de documentos e objetos de natureza diversa que os cidadãos tenham na sua posse, tais como diários, cartas, fotografias, mapas ou outros objetos oriundos da participação de Portugal na I Guerra Mundial.

A Autarquia de Arronches associa-se a esta iniciativa “Dias da Memória”, procurando memórias locais de arronchenses que participaram neste conflito entre 1914-1918, solicitando que nos conte as histórias destes soldados e seus familiares que viveram na guerra, mostrando-nos as suas recordações, podendo fazê-lo entrando em contato com o Posto de Turismo pelo telef. 245-580085.

Estas evocações são coorganizadas pela Assembleia da República, pela Comissão Coordenadora das Evocações do Centenário da Primeira Grande Guerra e pelo Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, contando com o apoio da RTP - Rádio e Televisão de Portugal.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Arronches – Uma viagem romântica, um casal, quatro cavalos, um cão e três países na mochila

Um casal de jovens franceses, quatro cavalos, um cão e três países são os argumentos para uma viagem romântica à moda antiga por terras do Alentejo.

Aliando a paixão por cavalos e a vontade de conhecer um pouco mais a Europa do sul, utilizando os cavalos como meio de transporte ecológico e a companhia de um cão, foi o que decidiu um jovem casal que esta manhã de quinta-feira dia 11 de Setembro, passou por Arronches, numa viagem romântica que teve inicio em França e prossegue agora pela zona raiana de Portugal até à Galiza, para depois seguir pelo norte de Espanha e novamente regressar a casa em França, depois de quase um ano e uns milhares de quilómetros percorridos.   

Em Arronches no antigo Largo da Cadeia, partilha-mos alguns momentos de animada conversa com estes jovens, numa mistura de francês, português e espanhol, local onde aproveitaram para comprar pão alentejano, na loja do Paulo Zé e depois acompanhados pelo seu cão que também partilhou algumas amizades caninas por aqui, lá seguirem viagem pela estrada da Serra com passagem pelos Mosteiros e Alegrete, com tempo para admirar as paisagens do Parque Natural da Serra de São Mamede e chegar a tempo de pernoitar junto à cidade de Portalegre.

Em suma uma visita que nos fez regressar ao passado e quebrou a rotina do quotidiano arronchense, "bon voyage amis"
Fotos: E. Moitas e João Vinagre 






quarta-feira, 18 de março de 2009

Arronchense – É Campeão do Mundo de Pesca Desportiva de Mar


O arronchense Artur Trindade, a residir em Grândola, é o novo Campeão do Mundo de Pesca Desportiva de Mar.
O título foi alcançado no 16º Campeonato do Mundo de Nações – Mar, que decorreu de 21 a 28 de Setembro de 2008, em Hossegor, Landes, França.
Esta grande vitória do atleta da Associação dos Pescadores Desportivos de Grândola, veio confirmar o seu brilhantismo, já antes demonstrado anteriormente, nos vários títulos internacionais obtidos ao longo da sua carreira de pescador desportivo.

Artur Pereira Trindade nasceu num dia 25 de Abril, há pouco mais de 45 anos, na freguesia dos Mosteiros, mais propriamente no Moinho da Era, ainda criança partiu para Lisboa para mais tarde se radicar no concelho de Grândola vai para 20 anos, onde redescobriu o encanto da costa alentejana e a sua excepcional qualidade para a prática da pesca desportiva. Empresário de sucesso nesse ramo, vive o seu dia-a-dia entre anzóis e canas de pesca e o aroma dos iscos que conhece e prepara como poucos.


É um desportista para quem a pesca não tem segredos, mas tem, isso sim, infindáveis encantos. São poucos os dias em que não se deixa seduzir por uma madrugada passada com a maré a espumar-lhe aos pés, de olhos no horizonte numa luta paciente que, invariavelmente, acaba por vencer. Graduado ao nível da primeira divisão nacional e filiado na Associação Pescadores de Grândola, Artur Trindade ajudou, de forma determinante, na criação do Clube que representa bem como da Associação Regional de Pesca Desportiva do Baixo Alentejo.

Em 2007 representou Portugal no Mundial do Brasil, onde se sagrou Campeão do Mundo de Nações. Já em 2008 é vice-campeão Nacional o que lhe permite representar novamente Portugal no Mundial em França, e é aí que consegue o título de Campeão do Mundo individual e medalha de bronze por nações.
Este ano estará presente na República do Monte Negro a representar pela terceira vez consecutiva a nossa selecção.

Ainda recentemente no decorrer do 8º Salão de Pesca de Grândola, que decorreu de 27 de Fevereiro a 1 de Março último, Artur Trindade foi homenageado – pelo seu recente título de Campeão do Mundo de Pesca Desportiva de Mar em 2008.
Refira-se que Artur Trindade é irmão dos manos Rocha o Joaquim e Zé Augusto ambos residentes em Arronches.

Arronches em Notícias congratula-se pela vitória alcançada pelo nosso conterrâneo campeão do mundo de pesca desportiva de mar, desejando-lhe muitos outros sucessos na difícil arte da Pesca Desportiva de Mar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Arronches - Capitão Augusto Picão Tello Escritor e Combatente da Grande Guerra



Augusto Picão da Silva Tello nasceu em Arronches a 15 de Fevereiro de 1894. Filho de José da Silva Lobão Telo e de Ana Teodora da Silva Telo.
Nasceu numa família numerosa, tendo tido quatro irmãos, a Ana o Miguel, Mário, António e o conhecido jornalista elvense José Picão Telo.
Estudante distinto Augusto Telo, obteve excelentes classificações em todas as escolas por onde passou.
Frequentou os Liceus de Portalegre e Pedro Nunes, de Lisboa, a Escola Politécnica, o Instituto Superior Técnico, a Escola Militar e a Universidade de Coimbra. Além do curso da arma de artilharia, possuía o quarto ano completo de engenharia.
Alistado como voluntário no Regimento de Cavalaria 1, em 26 de Setembro de 1916, foi promovido a alferes a 22 de Outubro de 1917, sendo aspirante a oficial do regimento de Artilharia 3, a Tenente por decreto de 1 de Dezembro de 1921 e a Capitão em Dezembro de 1927.
A 28 de Março de 1921 casou com Maria Júlia Nunes da Silva, de cuja união nasceriam dois filhos.

O Capitão Augusto Tello fez parte do Corpo Expedicionário Português a França, combateu na Grande Guerra de 1917 a 1918, onde foi atingido por gases. Na batalha de 9 de Abril foi feito prisioneiro dos alemães, sendo internado no campo de Uchester meen Fuchesberg.
Os maus-tratos que sofreu durante a prisão neste campo e a intoxicação pelos gases, de que foi vitima no campo de batalha, foram as causas principais de uma doença que durante alguns anos lhe causou atroz sofrimento, acabando por o falecer a 8 de Fevereiro de 1932.
Possuía as seguintes condecorações: Cruz de Guerra, Oficial da Ordem Militar de Aviz, medalha comemorativa da campanha de França 1917 -1918, medalha da Vitoria e medalha militar de Prata da classe de comportamento exemplar.

Aos 21 anos fez Augusto Tello, na Liga Naval Portuguesa, uma conferencia subordinada ao tema “A Família e a Tradição”, tendo realizado outras conferencias na Escola de Guerra, na Associação Académica de Coimbra, no Liceu de Portalegre, pouco tempo antes de piorar o seu estado de saúde, havia sido convidado para fazer uma conferencia no Grémio Alentejano, sobre os “Campos do Alentejo”.A sua actividade literária, condicionada pela doença de guerra que afectou, resumiu-se á publicação de um único livro de versos, intitulado “Intimas”, publicado em 1921 pela Casa Moura Marques, de Coimbra, livro dedicado a seus pais, onde numa dedicatória manuscrita diz: «A meus pais, a quem tudo devo, com um beijo de gratidão e amor eterno, ofereço os meus primeiros versos».

Com apenas 15 anos Augusto Tello, dedicou a seu pai, que pela força do destino, se viu forçado a ir procurar em terras de África o pão para o sustento da sua numerosa família, um sentido soneto que transcrevemos do seu livro “Intimas”.
Quando a morte o surpreendeu tinha prestes a entrar no prelo, possivelmente na Imprensa da Universidade de Coimbra, um valioso estudo sobre “Os Barros de Estremoz”. No seu espólio literário deixou “Breves elementos para o estudo do estilo romântico”, cuja publicação se iniciou no extinto jornal “Correio Elvense”.

A sua casa de Coimbra, aquando dos seu tempos de estudante foi uma espécie de cenáculo onde em animadas tertúlias participaram nomes brilhantes da literatura e da cátedra portuguesas, tais como Eugénio de Castro, Virgílio Correia os doutores Serras e Silva e Elísio de Moura, Vitorino Nemésio, António Vitorino entre outros.
Grande amigo e admirador do escritor António Sardinha, foi quem maior influencia exerceu no seu espírito, com António Sardinha manteve até a morte do poeta de Monforte, as mais fraternas relações pessoais e intelectuais.
Nascido em Arronches, 
e prematuramente desaparecido, o Capitão Augusto Picão da Silva Tello, pela sua actividade literária e postura exemplar como homem de cultura e militar, foi um arronchense ilustre digno de reconhecimento público.

Fica a sugestão porque não homenagear-mos o Capitão Augusto Tello, reeditando o seu livro “Íntimas”, ou mesmo editando algum dos seus trabalhos ainda inéditos, efectuar uma pequena mostra na Biblioteca Municipal alusiva ao Capitão Augusto Telo. Ou ainda porque não homenagear este e outros ilustres arronchenses na área da toponímia local atribuindo o seu nome a uma das ruas de Arronches, agora simplesmente denominadas por ruas A ou B.

Soneto dedicado ao pai
Desde o dia chuvoso, em que partiste
A procurar o pão p’ra todos nós,
Anda a minh’alma amargurada e triste,
Com ânsias loucas de te ouvir a voz.

Dentro do peito, no meu peito existe,
Rio de mágoas, de ignorada foz,
Desde o dia chuvoso em que partiste,
A procurar o pão p’ra todos nós.

Como Cristo subindo o seu calvário,
Cingindo já em mente o seu sudário
Tinha saudades de Seu Pai Celeste,

Assim também pela vida adiante,
Suporto a minha cruz de cada instante,
Lembrando o beijo que no cais me deste.


Referências bibliográficas:

-Intimas, Coimbra: Viana e Dias, 1921.

- Artigo publicado no nº. 76 (2ª série) do jornal “Correio Elvense”, correspondente a domingo, 14 de Fevereiro de 1932.

«A Participação de Portugal na Grande Guerra», Luís Alves de Fraga, in História Contemporânea de Portugal (Dir. João Medina), Primeira República, tomo II, Lisboa, Amigos do Livro, Editores, 1985, pp. 34-53.