quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Alentejo - Protesto contra a Santa Sé pelo encerramento do convento do Carmelo em Beja


O Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, encerrou esta semana, depois da  saída das duas últimas Irmãs Carmelitas, 68 anos depois da sua restauração.


Trata-se do primeiro convento feminino da Ordem do Carmo em Portugal, e foi encerrado no passado dia 27 de setembro com a saída das duas últimas Irmãs Carmelitas, Madalena e Luísa, cujo novo destino se mantém desconhecido. No passado mês de agosto, também a religiosa Inês tinha deixado o Carmelo.


Aquele que foi o primeiro convento da Ordem do Carmo no País vê agora a suas portas fechadas, por falta de religiosas, num processo que teve início em 2019.


O que motivou que recentemente os portões do Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, tenham aparecido pejados de papéis de protesto contra o encerramento daquele espaço religioso.


Nas mensagens afixadas nos portões do Carmelo pode ler-se que este foi "encerrado por vontade e decisão da Santa Sé", sendo que num outro papel está escrito que a "comunidade cristã do Alentejo e os amigos deste Carmelo está indignada com esta decisão e solicita a reabertura deste convento (pela mesma Ordem Carmelita de Clausura)".


Um encerramento polémico que levou os herdeiros do casal Maria Benedita e Francisco Cruz Martins, que em 1963 doou o terreno e pagou parte da construção do mosteiro onde foi instaurado o Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, de Beja, pretendem a reversão do espaço caso o mesmo não volte a ser ocupado pelas irmãs carmelitas.


O Carmelo situa-se na entrada norte de Beja, na ligação a Lisboa, instalado num terreno com 13.485 m2 e Francisco Martins deixa uma garantia aos seus conterrâneos e à comunidade cristã: "não queremos um tostão daquele espaço. Se não for para as carmelitas, será destinado a uma obra de caridade.


 A Diocese/Igreja que fique ciente o terreno regressa à família "a bem ou em tribunal", ou as irmãs carmelitas regressam carmelitas ou a Igreja devolve o Carmelo à nossa família, ou fazem-no a bem ou fazem-no em tribunal, avisou Francisco Cruz Martins, um dos filhos do casal que doou o terreno.


 Habitado desde 24 de maio de 1971 por Monjas Femininas, as primeiras seis vindas de Sevilha em 1954, quatro das quais portuguesas, o Carmelo ficou desabitado no passado dia 27 de setembro de 2022, com a saída das duas últimas Irmãs Carmelitas, Madalena e Luísa, cujo novo destino se mantém desconhecido.


No passado mês de agosto, Inês a terceira das religiosas tinha deixado o Carmelo e sido deslocada para Sevilha.





 

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