O Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, encerrou esta semana, depois da saída das duas últimas Irmãs Carmelitas, 68 anos depois da sua restauração.
Trata-se do primeiro convento feminino da Ordem do Carmo em
Portugal, e foi encerrado no passado dia 27 de setembro com a saída das duas
últimas Irmãs Carmelitas, Madalena e Luísa, cujo novo destino se mantém
desconhecido. No passado mês de agosto, também a religiosa Inês tinha deixado o
Carmelo.
Aquele que foi o primeiro convento da Ordem do Carmo no País
vê agora a suas portas fechadas, por falta de religiosas, num processo que teve
início em 2019.
O que motivou que recentemente os portões do Carmelo do
Sagrado Coração de Jesus, em Beja, tenham aparecido pejados de papéis de
protesto contra o encerramento daquele espaço religioso.
Nas mensagens afixadas nos portões do Carmelo pode ler-se
que este foi "encerrado por vontade e decisão da Santa Sé", sendo que
num outro papel está escrito que a "comunidade cristã do Alentejo e os
amigos deste Carmelo está indignada com esta decisão e solicita a reabertura
deste convento (pela mesma Ordem Carmelita de Clausura)".
Um encerramento
polémico que levou os herdeiros do casal Maria Benedita e Francisco Cruz
Martins, que em 1963 doou o terreno e pagou parte da construção do mosteiro
onde foi instaurado o Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, de Beja, pretendem a
reversão do espaço caso o mesmo não volte a ser ocupado pelas irmãs carmelitas.
O Carmelo situa-se na entrada norte de Beja, na ligação a Lisboa, instalado num terreno com 13.485 m2 e Francisco Martins deixa uma garantia aos seus conterrâneos e à comunidade cristã: "não queremos um tostão daquele espaço. Se não for para as carmelitas, será destinado a uma obra de caridade.
A Diocese/Igreja que fique ciente o terreno regressa à família "a bem ou em tribunal", ou as irmãs carmelitas regressam carmelitas ou a
Igreja devolve o Carmelo à nossa família, ou fazem-no a bem ou fazem-no em
tribunal, avisou Francisco Cruz Martins, um dos filhos do casal que doou o
terreno.
No passado mês de agosto, Inês a terceira das religiosas tinha deixado o Carmelo e sido deslocada para Sevilha.
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