A Sessão de apresentação do livro “AI, Alentejo… memórias rurais”, da autoria de Abílio Amiguinho, professor Coordenador aposentado, do Departamento de Ciências Sociais, Território e Desenvolvimento, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Portalegre é apresentado na próxima terça-feira, 16 de janeiro, pelas 17h30, no auditório Abílio Amiguinho da ESECS-IPP, em Portalegre.
A apresentação do livro está a cargo está a cargo do Jornalista Carlos Fino, num evento que conta ainda com a participação de Ana Paula Amendoeira, vice-presidente da CCDR Alentejo e da bibliotecária, Ana Maria Maroto.
Este livro abrange cerca de duas décadas, a maioria dos anos imediatamente antes do 25 de Abril e logo após. Correspondem, grosso modo, ao consumar do declínio de um tempo longo, no dizer do eminente sociólogo rural Oliveira Batista.
A seu ver iniciado nos anos cinquenta do século passado, acelerado, considero eu, pela poderosa vaga migratória dos anos 60, a que o 25 de Abril, mais a designada Reforma Agrária, puseram um fim, no dealbar dos anos 80.
Aquilo que classificou como o dissociar progressivo da agricultura e
do mundo rural foi transfigurando o que durante séculos parecia imutável. Nos
costumes, nas práticas agrícolas dominantes, nas relações sociais de
produção, nos modos de vidas, nos comportamentos... Nascia-se, casava-se,
trabalhava-se e morria-se na aldeia ou no território à medida do seu
horizonte, permanecendo uma vida do mesmo lado social: quase todos pobres e
alguns ricos.
***
Recebo o texto e leio-o num ápice com emoção e
encantamento. (...)
A obra de Abílio Amiguinho é uma produção literária
fundada no cerzir de curtas narrativas, que se instituem como saborosas
“estórias” próprias de um livro de contos. Trata-se de um livro tão pessoal
que foi escrito com as “vísceras” profundas de uma tradição literária
alentejana em que se inscrevem muitos outros autores. Penso, nomeadamente, no
Saramago de “Levantados do chão”, no Rodrigues Miguéis de “O pão não cai do
céu” e em Manuel da Fonseca com o seu “Cerro maior”.
A este propósito, também associo os escritos de Abílio
Amiguinho a autores de outras paragens, mas tão universais como Jack London e
George Orwel que vestiram a pele dos condenados da terra, para melhor encarnar
as suas ansiedades de uma sociedade mais justa. [RUI CANÁRIO]
Esta obra, das Edições Colibri, tem o prefácio de Rui Canário, Professor Catedrático Aposentado da Universidade de Lisboa.
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