Que nos últimos anos a Cultura no Alentejo regrediu é algo fácil
de constatar, um sintoma grave para o qual nem a Covid-19, consegue servir de
escusa, com museus e outros espaços culturais a fecharem portas por falta de funcionários
ou manutenção de equipamentos.
Uma situação que ganhou visibilidade na passada semana, com o
Museu da turística cidade de Évora a fechar mais cedo e onde até o diretor teve de
fazer vigilância.
Se isto se verifica em Évora, capital do Alentejo e cidade-museu
património mundial Unesco desde 1986, imagine-se o que acontece um pouco por
toda a região.
Atualmente o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em
Évora, não tem funcionários suficientes que assegurem a vigilância do espaço o
que na passada semana obrigou até o diretor fazer esse trabalho, antes de mandar
fechar as portas.
“É quase um milagre nós conseguirmos manter o museu aberto”,
admitiu o diretor do museu de Évora, António Alegria, em declarações à imprensa,
segundo o responsável, o espaço museológico tem uma “falta crítica de pessoal”
para a vigilância e “as diversas tutelas têm sido sempre informadas da
situação”.
O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, instalado no
antigo Paço Episcopal, junto à Sé e ao Templo Romano, tem um acervo de cerca de
20 mil peças de pintura, escultura e arqueologia, possuindo ainda azulejaria,
ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália
(objetos curiosos da natureza).
O núcleo original das coleções permanentes de arqueologia é
constituído por um conjunto de antiguidades recolhidas, no sul do país, por
Frei Manuel do Cenáculo, nomeado bispo de Beja em 1777, e indigitado arcebispo
de Évora em 1802.
Fotos/Emílio Moitas / Arquivo
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