segunda-feira, 8 de junho de 2020

Alentejo – A cultura também está adoentada com museus a fecharem portas

Que nos últimos anos a Cultura no Alentejo regrediu é algo fácil de constatar, um sintoma grave para o qual nem a Covid-19, consegue servir de escusa, com museus e outros espaços culturais a fecharem portas por falta de funcionários ou manutenção de equipamentos.

Uma situação que ganhou visibilidade na passada semana, com o Museu da turística cidade de Évora a fechar mais cedo e onde até o diretor teve de fazer vigilância.

Se isto se verifica em Évora, capital do Alentejo e cidade-museu património mundial Unesco desde 1986, imagine-se o que acontece um pouco por toda a região.

Atualmente o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, não tem funcionários suficientes que assegurem a vigilância do espaço o que na passada semana obrigou até o diretor fazer esse trabalho, antes de mandar fechar as portas.

“É quase um milagre nós conseguirmos manter o museu aberto”, admitiu o diretor do museu de Évora, António Alegria, em declarações à imprensa, segundo o responsável, o espaço museológico tem uma “falta crítica de pessoal” para a vigilância e “as diversas tutelas têm sido sempre informadas da situação”.

O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, instalado no antigo Paço Episcopal, junto à Sé e ao Templo Romano, tem um acervo de cerca de 20 mil peças de pintura, escultura e arqueologia, possuindo ainda azulejaria, ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália (objetos curiosos da natureza).

O núcleo original das coleções permanentes de arqueologia é constituído por um conjunto de antiguidades recolhidas, no sul do país, por Frei Manuel do Cenáculo, nomeado bispo de Beja em 1777, e indigitado arcebispo de Évora em 1802.
Fotos/Emílio Moitas / Arquivo 


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