Maria João Luís e Rogério Samora subiram ao palco do Coliseu
dos Recreios para entregar o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Teatro a Isabel
Abreu. O prémio foi-lhe atribuído pela SIC e a CARAS pelo desempenho na peça Um
Diário de Preces, construída a partir de um texto da autora americana Flannery
O’Connor e com encenação de Miguel Loureiro. A atriz interpreta os textos da
escritora através de conversas com Deus, numa tentativa de compreender o mundo.
“É bom receber [este prémio] destas mãos. Eu pensei bastante
sobre o que poderia dizer aqui esta noite. Primeiro, obrigada à SIC e à CARAS.
Depois, isto não é meu. Não há melhores atores, melhores atrizes, isto de todos
os que fazem teatro. Este espetáculo para mim foi realmente um milagre, foram
conversa com Deus, mas eu – e não é conversa, é verdade – eu achei que não ia
conseguir fazê-lo. Foi superdifícil, estava com muito trabalho, e só consegui
graças que à equipa que tive ao meu lado. Portanto, Miguel Loureiro, obrigada
pela tua confiança, a tua genialidade e porque estar ao teu lado é uma
aprendizagem constante. Flávia Gusmão por teres vindo assim que eu disse ‘eu
não vou ser capaz’ e tu teres dito ‘és’ e vieste. Patrícia Costa e a toda a
equipa do CCB. Ricardo Preto porque veio sem eu ter nada para lhe oferecer.
Obrigada pelo teu talento. Vitorino Coragem, Nuno Meira e Tiago Guedes [o
marido], a ti também, não só por este trabalho, mas por todos e porque é muito
importante ter-te ao meu lado. E eu queria entregar este Globo às duas crianças
que eu exploro neste mundo e que batem texto comigo todos os dias e que sempre
que eu digo que não consigo [me apoiam], que são os meus filhos. Portanto, este
Globo é para vocês”, disse a atriz no seu discurso de agradecimento.
Natural de Arronches, no Alentejo, Isabel Abreu nasceu a 3
de março de 1978. Entre os seus pares, é conhecida pela forma humilde e
dedicada como construiu a sua carreira. Nunca se afastou das suas origens e,
talvez por isso, ainda hoje é muito acarinhada pelos seus congéneres e pela
imprensa da região, que dá destaque a cada uma das suas estreias.
Profissionalmente, estreou-se no teatro aos 20 anos, com a
peça Zero Horas Integrais. Participou em várias produções cinematográficas
entre as quais Alta Fidelidade, António, Um Rapaz de Lisboa e Coro dos Amantes.
Na televisão ficou mais conhecida depois da participação nas
séries Ferreirinha e Pai à Força, ambas da RTP. Esta última esteve nomeada em
2013 para um prémio no Festival de Televisão de Monte Carlo, na categoria de
Série Dramática para Produção Internacional. Nesse mesmo ano, Isabel Abreu
esteve nomeada pelo papel de Berta da Maia na série Noite Sangrenta, também da
RTP, na categoria de Melhor Atriz de minissérie.
2013 foi um ano de muito sucesso para a atriz, que também
esteve na corrida ao Globo de Ouro de Melhor Atriz de Teatro, pelo desempenho
na peça Blackbird. Um troféu que acabou por ser atribuído a Maria José
Paschoal.
Parabéns Isabel, em meu nome pessoal e também de todos os arronchenses
que se sentiram orgulhosos pelo reconhecimento do teu trabalho.
Fonte: SIC/Caras - Fotos: Emílio Moitas e SIC
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