Kotlin, um jovem residente em Estrasburgo uma cidade
franco/alemã, que fica a meio caminho entre Paris e Praga, saiu de casa há
cerca de 3 meses, apaixonado pelas viagens a pé ou fazendo auto-stop decidiu
vir conhecer a península ibérica.
Foi com este jovem solitário que desde Arronches se dirigia a
Espanha pela fronteira do Marco, que partilhei a viagem, hoje dia 1 de
fevereiro, cerca das 9h30, pelo caminho numa mistura de idiomas fomos falando da
beleza das paisagens raianas desta zona do Alentejo, com as vacas e ovelhas a
pastarem à beira da estrada, referindo-me que só por esta beleza valeu a pena
um dia ter decidido iniciar a viagem desde Estrasburgo até Tarifa, na Andaluzia
e desde ai foi andando pela costa espanhola, até chegar a Vila Real de Santo
António, no Algarve, por ai andou algum tempo até chegar à cidade de Faro, para
depois rumar a terras Alentejanas com Mértola, Beja, Évora, Estremoz até chegar
a Arronches, local por onde pretendia entrar em Espanha pela fronteira do
Marco.
Nesta viagem Kotlin, para além de uma mochila onde
transporta o básico para sobreviver, uma flauta ajuda a passar o tempo e
alegrar as pessoas dos locais por onde passa, que agradecidas pelas melodias
sempre demonstram a sua generosidade com algumas moedas.
Mesmo enfrentando as dificuldades que sempre surgem no meio
do caminho, como exaustão, sede e tempestades, mas encontra-se sempre um lugar
para dormir e montar a tenda.
Muitas vezes, disse é o acaso que o guia, como
aconteceu esta manhã de Arronches até Esperança, local onde bebemos um saboroso
e aromático café com o presidente da Junta de Freguesia, ali na emblemática
Sociedade Recreativa Esperancense, e lá deixou terras portuguesas e entrou em
Espanha por La Codosera, para iniciar uma nova aventura que o vai levar pelos
Caminhos de Santiago, até a cidade galega de Santiago de Compostela.
Lá nos despedimos até um dia, como simples viajantes de
ocasião, mas com a promessa que eu lhe enviava as fotos para o pai em Estrasburgo,
para que o mesmo soube-se que pelo caminho nem tudo eram dificuldades, também
se encontravam alguns amigos, mas como dizia António Machado:
Caminante no hay camino
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar...
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar...
Fotos: Emílio Moitas e Teresa Pereira el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar...
Simplesmente fantástico...um bom exemplo a ser seguido. Viajar alimenta a alma. Parabéns à "Arronches em Notícias" pela noticia.
ResponderEliminarJoão
Amigo Moitas "Podes ser invejado, podes ser copiado mais nunca SUPERADO..." agora percebo parabéns, excelente trabalho, não é para todos.
ResponderEliminarM.Fragoso