quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Caminhante solitário passou por Arronches a caminho de Espanha



Kotlin, um jovem residente em Estrasburgo uma cidade franco/alemã, que fica a meio caminho entre Paris e Praga, saiu de casa há cerca de 3 meses, apaixonado pelas viagens a pé ou fazendo auto-stop decidiu vir conhecer a península ibérica.

Foi com este jovem solitário que desde Arronches se dirigia a Espanha pela fronteira do Marco, que partilhei a viagem, hoje dia 1 de fevereiro, cerca das 9h30, pelo caminho numa mistura de idiomas fomos falando da beleza das paisagens raianas desta zona do Alentejo, com as vacas e ovelhas a pastarem à beira da estrada, referindo-me que só por esta beleza valeu a pena um dia ter decidido iniciar a viagem desde Estrasburgo até Tarifa, na Andaluzia e desde ai foi andando pela costa espanhola, até chegar a Vila Real de Santo António, no Algarve, por ai andou algum tempo até chegar à cidade de Faro, para depois rumar a terras Alentejanas com Mértola, Beja, Évora, Estremoz até chegar a Arronches, local por onde pretendia entrar em Espanha pela fronteira do Marco.

Nesta viagem Kotlin, para além de uma mochila onde transporta o básico para sobreviver, uma flauta ajuda a passar o tempo e alegrar as pessoas dos locais por onde passa, que agradecidas pelas melodias sempre demonstram a sua generosidade com algumas moedas.

Mesmo enfrentando as dificuldades que sempre surgem no meio do caminho, como exaustão, sede e tempestades, mas encontra-se sempre um lugar para dormir e montar a tenda. 

Muitas vezes, disse é o acaso que o guia, como aconteceu esta manhã de Arronches até Esperança, local onde bebemos um saboroso e aromático café com o presidente da Junta de Freguesia, ali na emblemática Sociedade Recreativa Esperancense, e lá deixou terras portuguesas e entrou em Espanha por La Codosera, para iniciar uma nova aventura que o vai levar pelos Caminhos de Santiago, até a cidade galega de Santiago de Compostela.

Lá nos despedimos até um dia, como simples viajantes de ocasião, mas com a promessa que eu lhe enviava as fotos para o pai em Estrasburgo, para que o mesmo soube-se que pelo caminho nem tudo eram dificuldades, também se encontravam alguns amigos, mas como dizia António Machado:

Caminante no hay camino

Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar...

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar...
Fotos: Emílio Moitas e Teresa Pereira







2 comentários:

  1. Simplesmente fantástico...um bom exemplo a ser seguido. Viajar alimenta a alma. Parabéns à "Arronches em Notícias" pela noticia.
    João

    ResponderEliminar
  2. Amigo Moitas "Podes ser invejado, podes ser copiado mais nunca SUPERADO..." agora percebo parabéns, excelente trabalho, não é para todos.
    M.Fragoso

    ResponderEliminar