quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Alentejo - Tempestade Elsa e depressão Fabien provocaram danos no Castelo de Barbacena

A recente tempestade Elsa e depressão Fabien, que atingiram a região no final do passado mês de dezembro, provocaram danos no Castelo de Barbacena no concelho de Elvas, que perdeu uma das suas guaritas  mais emblemáticas e sofreu outras derrocadas em diferentes troços da cerca amuralhada.

Bastante arruinado este monumento atualmente de propriedade privada, segundo com a imprensa portuguesa, o fadista Mico da Câmara Pereira adquiriu, em setembro de 2005, as ruínas do castelo a José Luís Sommer de Andrade, antigo cavaleiro tauromáquico, pelo montante de 225 mil euros.

As negociações para a aquisição demoraram cerca de um ano e meio, período em que nem o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e nem a Câmara Municipal de Elvas optaram por exercer o seu direito de preferência ao imóvel.

Na altura o fadista declarou tencionar requalificar o imóvel como um espaço de lazer para a promoção de espetáculos e eventos, como casamentos e festas temáticas, anos mais tarde em 2012, o fadista considerou que a compra do castelo foi um erro.

Em 2015 o castelo esteve à venda com o valor base de 129 mil euros, atualmente segundo residentes em Barbacena o castelo é propriedade de dois empresários portugueses, um a residir em Portugal e outro na China.

Segundo alguns historiadores, pensa-se que esta estrutura poderá ter sido erguida sobre um castro pré-romano.

Barbacena foi conquistada aos Mouros no reinado de D. Sancho II (1223-1248). O Castelo terá sido construído no reinado de D. Afonso II (1248-1279), estando já em mau estado de conservação no reinado de D. Manuel I (1495-1521), procedendo-se, então, a obras de restauro.

Em 1575 o monumento é comprado por Diogo de Castro do Rio, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e o primeiro Senhor de Barbacena.

Já no século XVII o Castelo é melhorado, no contexto da Guerra da Restauração, sendo invadido em 1645 pelas Tropas Castelhanas.

Barbacena, localidade bem próxima da fronteira com Espanha, foi por diversas vezes sitiada e atacada, nomeadamente durante a Guerra da Sucessão de Espanha, e em outras ocasiões até ao início do século XIX, levando à própria destruição e abandono progressivo desta estrutura amuralhada

O Castelo de Barbacena, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967, apresenta uma planta rectangular, conservando as paredes, vestígios de um portal antigo de arco redondo, a Casa do Governador e vestígios de uma antiga capela.

O monumento é hoje propriedade privada, não sendo possível à data a visita ao interior da estrutura.
Vídeo/ Fotos/ Emílio Moitas


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