A recente tempestade Elsa e depressão Fabien, que atingiram a região no final do passado mês de dezembro, provocaram danos no Castelo de
Barbacena no concelho de Elvas, que perdeu uma das suas guaritas mais
emblemáticas e sofreu outras derrocadas em diferentes troços da cerca
amuralhada.
Bastante arruinado este monumento atualmente de propriedade
privada, segundo com a imprensa portuguesa, o fadista Mico da Câmara Pereira
adquiriu, em setembro de 2005, as ruínas do castelo a José Luís Sommer de
Andrade, antigo cavaleiro tauromáquico, pelo montante de 225 mil euros.
As negociações para a aquisição demoraram cerca de um ano e
meio, período em que nem o Instituto Português do Património Arquitectónico
(IPPAR) e nem a Câmara Municipal de Elvas optaram por exercer o seu direito de
preferência ao imóvel.
Na altura o fadista declarou tencionar requalificar o imóvel
como um espaço de lazer para a promoção de espetáculos e eventos, como
casamentos e festas temáticas, anos mais tarde em 2012, o fadista considerou
que a compra do castelo foi um erro.
Em 2015 o castelo esteve à venda com o valor base de 129 mil
euros, atualmente segundo residentes em Barbacena o castelo é propriedade de
dois empresários portugueses, um a residir em Portugal e outro na China.
Segundo alguns historiadores, pensa-se que esta estrutura
poderá ter sido erguida sobre um castro pré-romano.
Barbacena foi conquistada aos Mouros no reinado de D. Sancho
II (1223-1248). O Castelo terá sido construído no reinado de D. Afonso II
(1248-1279), estando já em mau estado de conservação no reinado de D. Manuel I
(1495-1521), procedendo-se, então, a obras de restauro.
Em 1575 o monumento é comprado por Diogo de Castro do Rio,
Cavaleiro da Ordem de Cristo, e o primeiro Senhor de Barbacena.
Já no século XVII o Castelo é melhorado, no contexto da
Guerra da Restauração, sendo invadido em 1645 pelas Tropas Castelhanas.
Barbacena, localidade bem próxima da fronteira com Espanha,
foi por diversas vezes sitiada e atacada, nomeadamente durante a Guerra da
Sucessão de Espanha, e em outras ocasiões até ao início do século XIX, levando
à própria destruição e abandono progressivo desta estrutura amuralhada
O Castelo de Barbacena, classificado como Imóvel de
Interesse Público desde 1967, apresenta uma planta rectangular, conservando as
paredes, vestígios de um portal antigo de arco redondo, a Casa do Governador e
vestígios de uma antiga capela.
O monumento é hoje propriedade privada, não sendo possível à
data a visita ao interior da estrutura.
Vídeo/ Fotos/ Emílio Moitas
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