quarta-feira, 17 de julho de 2019

Arronches/ FAE 2019 – "Ser artesão é ser mais alto, é ser maior"…

Diga-se que são seres quase mágicos, os artesãos, de um pedaço de pouco fazem tanto, enrolam fios invisíveis com os dedos, agitam as mãos em feitiços silenciosos, com uma simples navalha transformam madeira, chifre ou cortiça, afagam com a sua pele penas ou outras minúncias.

Cada objeto é único, cada peça nasce por magia. E todos eles exercem em nós esse supremo fascínio.

É desta forma simples que queremos homenagear todos os nossos artesãos, e em particular o amigo Rui José Pedro, nascido em Arronches em 1930, em tempos difíceis pela zona raiana, tinha apenas 6 anos, quando eclodiu o conflito armado ocorrido em Espanha entre 1936 e 1939, a miséria e fome substituíram os bancos da escola nessa época.

A arte de trabalhar a cortiça, chifre ou madeira, com uma navalha, essa aprendeu-a desde criança, quando pelos monte e herdades do Alentejo guardava rebanhos por esses campos.

A pureza e autenticidade das peças ou materiais usados por este artesão são notórias, a maioria inspiradas no seu passado sempre ligado à agricultura tradicional do Alentejo.

Felizmente ainda podemos usufruir da obra e presença do grande mestre Rui José Pedro, como voltou a acontecer nesta última edição da FAE 2019, em Arronches.

Sem me alongar mais fica a promessa que em 2020, vamos festejar os seus 90 anos à FAE, e repetimos a Selfie.

Mas como diria essa grande poetisa alentejana, Florbela Espanca, nascida em Vila Viçosa,

Ser poeta/artesão é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
“É por mãos à obra e fazer aquela peça”
“Trabalhando sempre com alma e amor” …
Fotos/ Emílio Moitas



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