Diga-se que são seres quase mágicos, os artesãos, de um
pedaço de pouco fazem tanto, enrolam fios invisíveis com os dedos, agitam as
mãos em feitiços silenciosos, com uma simples navalha transformam madeira,
chifre ou cortiça, afagam com a sua pele penas ou outras minúncias.
Cada objeto é único, cada peça nasce por magia. E todos eles
exercem em nós esse supremo fascínio.
É desta forma simples que queremos homenagear todos os
nossos artesãos, e em particular o amigo Rui José Pedro, nascido em Arronches
em 1930, em tempos difíceis pela zona raiana, tinha apenas 6 anos, quando
eclodiu o conflito armado ocorrido em Espanha entre 1936 e 1939, a miséria e
fome substituíram os bancos da escola nessa época.
A arte de trabalhar a cortiça, chifre ou madeira, com uma
navalha, essa aprendeu-a desde criança, quando pelos monte e herdades do
Alentejo guardava rebanhos por esses campos.
A pureza e autenticidade das peças ou materiais usados por
este artesão são notórias, a maioria inspiradas no seu passado sempre ligado à
agricultura tradicional do Alentejo.
Felizmente ainda podemos usufruir da obra e presença do grande
mestre Rui José Pedro, como voltou a acontecer nesta última edição da FAE 2019,
em Arronches.
Sem me alongar mais fica a promessa que em 2020, vamos
festejar os seus 90 anos à FAE, e repetimos a Selfie.
Mas como diria essa grande poetisa alentejana, Florbela
Espanca, nascida em Vila Viçosa,
Ser poeta/artesão é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
“É por mãos à obra e fazer aquela peça”
“Trabalhando sempre com alma e amor” …
Fotos/ Emílio Moitas
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