Quem viaja pelo norte da Extremadura espanhola, perto de
Malpartida de Plasencia, não deixa de se surpreender ao avistar bisontes a
pastar livremente nos montados de azinho, e não se trata confusão, são mesmo
bisontes aqui inseridos num projeto “agro-ganadero”, iniciado no passado 5 de julho, por parte dos
proprietários da "Finca Campillito".
O bisonte europeu, Bonasus linnaeus, é o maior herbívoro do
continente europeu. Trata-se de uma espécie classificada como “Vulnerável” na
Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da UICN, estatuto que adquiriu em 2008
quando a classificação de “Em Perigo” foi revista.
A espécie esteve no passado presente historicamente no
Cáucaso, Sudeste, Centro e Oeste do continente Europeu, inclusive na Península
Ibérica. No entanto, como consequência da sobrecaça o bisonte europeu
extinguiu-se localmente na Ibéria no século XI, tendo persistido no Centro e
Este da Europa até que, em 1919 e 1927, com
as duas últimas populações silvestres foram dizimadas.
Mas deste há alguns dias, os montados da vizinha Extremadura
já albergam os bisontes, nove exemplares, dois machos e sete fêmeas, a ideia de
os trazer até ao sul da península foi do agricultor Marco António Rodríguez e Bárbara Rodríguez, que no decorrer de uma viagem à suíça comtemplaram estes
animais a pastar numa planície “ Ficamos surpreendidos e gostamos dos animais e
decidimos contatar com agricultores da Polónia para importarmos alguns bisontes desse país,
o que acabaria por acontecer e "já aqui os temos", referiu Marco António.
A nova vida dos bisontes nas planícies Extremeñas, decorre
tranquilamente, de manhã o primeiro que fazem é “ir beber água”, para depois
passar “todo o dia”, deitados ao sol até irem comer, o que acontece ao final da
tarde, “demonstrando que não têm problemas com o seu novo habitat, estando a
aclimatar-se relativamente bem”, comenta o proprietário.
A finalidade da introdução deste animal dos quais apenas
restam 2.000 exemplares em todo o mundo, na Extremadura, não é outra que “O
estudo da sua adaptação aos montados, da região, deforma a vermos o que comem e o que
fazem”, assim como comprovar os benefícios que podem trazer aos campos, com o
seu contributo na redução da vegetação natural evitando dessa forma o risco de
grandes incêndios criando corta fogos.
Ainda segundo os proprietários esperam desta forma
contribuir para que esta espécie, em perigo de extinção não desapareça da
Europa.
As búfalas que nunca chegaram mas que ainda são procuradas
No ano de 2010, Arronches recebeu com expectativa a notícia
de um projeto semelhante com a criação de búfalas, em habitat natural na
herdade (Alto dos Eucaliptos), como noticiava o jornal Alto Alentejo na sua
edição, nº 183 de 16 de Junho, num projeto pioneiro no Alentejo, com abertura
de uma exploração para criação de búfalas em Arronches.
Algo “inédito” em
Portugal, que à partida tinha previsto criar, 10 postos de trabalho, num
investimento que rondava 1,5 milhões de euros. Contando o mesmo com 60 búfalas,
estábulos para os animais, um infantário para os mais pequenos e, num espaço
adjacente à ordenha mecânica a instalações para a produção do queijo
mozzarella”, com a importação destes animais da Itália.
Um projeto que não passou do papel dado não ter tido o
parecer favorável do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) , mas na altura
com grande divulgação mediática na
empresa, fato que ainda hoje traz até Arronches, algumas famílias com o intuito
de visitarem a “Granja de Búfalas”, que nunca chegou a existir.
Sem comentários:
Enviar um comentário